1.06.2005

"Os séculos não morrem, passam; são unidades do tempo, puramente artificiais..."


...

Assim definia o tempo Brito Camacho na obra Por Cerros e Vales.

O Tempo é uma nova descoberta para mim... Tantas acepções, tantos significados, tantas variantes para a mesma palavra, que não resisti a escrever alguma coisa sobre ele!

De significado simples, em oposição a eternidade, adquiriu, com a cientificação e especialização da sociedade, outras referências, que a tornaram na palavra mais complexa que conheço!

Vejamos:

Tempo pode ser de coagulação ou de hemorragia, se falarmos de análises clínicas;

pode ser astronómico quando Tempo solar, sideral uniforme ou equinocial médio;

pode ser irreal e infinito, quando filosófico;

relativo ou absoluto, aplicado à geografia;

conjuntivo... adverbial, na gramática;

pode assumir a forma de um velho, curvado ao peso dos anos, barbudo, dotado de asas e empunhando uma foice, símbolo da sua força destruidora... em iconografia;

litúrgico;

chuvoso ou soalheiro, em meteorologia...

moderato, adagio, larghetto, allegro, presto... na música!

pode ser, por fim, sinónimo de moeda japonesa de cobre, arredondada, e com um orifício central...

Tudo adjectiva... mas nunca deixa de ser artificial!


O Tempo perguntou ao Tempo, quanto Tempo o Tempo tem! O Tempo respondeu ao Tempo que o Tempo tem tanto Tempo quanto o Tempo, Tempo tem!