1.25.2006

O que se diz por aí!

M473M471C0 (53N54C1ON4L):

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M473M471C0.

D31X0 70D4 4 4857R4Ç40 N47UR4L D3 L4D0 3 P0NH0-M3 4 P3N54R 3M NUM3R05.

C0M0 53 F0553 UM4 P35504 5UP3R R4C10N4L.

540 5373 D1570, N0V3 D4QU1L0...

QU1N23 PR45 0NZ3...

7R323N705 6R4M45 D3 PR35UNT0...

M415 L060 C410 N4 R34L 3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505 D3 4M0R C0M R1M4 ...

0U 4T3 53M R1M4 N3NHUM4!

Enviado por J.P.Miranda

1.24.2006

Pensamentos transviados

Ora um sistema criado com espírito de infalibilidade e rigidez, perante tal estado de coisas, ou havia de transigir ou de cair - e de ambas as maneiras a perda era inevitável, pois transigir era já negar a sua própria razão de existir. Transigindo na execução mas não na essência, tornou-se paradoxal e o sistema caiu pelas duas vias.


TENREIRO, A. Guerra. Douro: Esboços para a sua História Económica - Conclusões. Separata dos Anais do IVP. Porto: IVP, 1944. p. 32.

1.20.2006

Conversas em família

Diz o mano:

Dizem que a profissão mais antiga do mundo foi a prostituição.

Não posso concordar. Até porque não havia dinheiro quando a vida em sociedade começou e, se para o homem bastava dar com uma moca na cabeça da mulher e arrastá-la para a sua caverna, porque carga de água haveria de pagar?

Dizem então que a primeira profissão deve ter sido um dos trabalhos mais básicos, como agricultura ou caça.

Embora concorde que tenham sido das primeiras profissões, a original não foi, até porque no início não havia ferramentas para agricultura nem armas para caçar.

Sugerem então que tenha sido o ensino.

Mas para ensinar é preciso aprender. É a história de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Neste caso, o estudante ou o professor? Ninguém nasce ensinado, logo teria de estudar primeiro.

Mas no início não acredito que o homem tenha partido para esta actividade assim de arranque.

Temos de nos colocar na pele desse primeiro homem para perceber.

Então, o homem social nasce. Um homem qualquer, chamemo-lhe Adão, só, sem saber o que fazer.

Qual a sua primeira iniciativa? Obviamente, coça os tomates!

Assim sendo, a primeira profissão do mundo foi claramente... funcionário público!

Digo eu:

Caro Mano,

Muito me apraz que reflictas sobre estes problemas existenciais, que tanto têm ocupado a Humanidade desde que se construiu como tal!

Devo porém, reflectir sobre o que disseste colocando outras questões, paralelas, que poderão ajudar na tua busca pela profissão um.

Antes de mais, concordo com a acepção que fazes sobre a prostituição, de facto, assim é, qual dinheiro, qual troca directa, qual quê? Sarrafada na tola e lá está um naco de carne ao alto para aliviar tensões!

Quanto à agricultura ou caça, parece-me complexo pensá-la como a 1ª profissão de facto, porque, para isso, seria preciso saber o que plantar ou construir instrumentos de caça. Neste caso, a labuta inicial seria obra de um engenheiro agrónomo, de um metalúrgico ou carpinteiro, o que me parece elaborado demais para períodos tão recuados!

Quanto ao professor ou aluno... Nada a dizer, correctíssima a dissertação!

Então, pensemos, estou só, abandonado, sem ninguém para me auxiliar ou para me ensinar algo, sem um naco para me aliviar da lufa-lufa do dia-a-dia, sem instrumentos para caçar ou capacidade para plantar algo, sem dinheiro para gastar ou, que seja, sem uma cervejita, sequer, para matar o secão!

Que faço?!

Pois muito simples, dedico-me à mesma amiga que, tu crês, deu origem à primeira profissão! Porém, não a uso lânguida e pacientemente para coçar, ao invés, uso-a de forma enérgica e sábia... de forma a criar movimento e vida!

Lá está meu irmão, a primeira profissão foi pessoal e intransmissível, chamaram-lhe de friccionista, exactamente o que alguns fazem, entre baba e papelada, ainda hoje, contemplando o presuntito que deambula de mão em mão!

1.18.2006

Notícias do passado



Em 1723, uma companhia comercial foi criada, visando, principalmente, o comércio esclavagista e o contrabando de produtos trazidos por embarcações estrangeiras.

Organizada com a protecção da coroa, sob o influxo da onda das companhia que então inundava a Europa, foi chamada de Companhia do Corisco, ilha encostada à colónia espanhola de Muño, em África. De capital francês e parte da administração francesa, a companhia teve curta duração.

Até Março de 1778, Portugal continuou a contratar indigenas da costa africana, a partir da ilha de Corisco, tendo como interlocutores comerciais a França, com quem contratou a entrega de mais de 49.000 negros da Guiné; com Espanha, formalizando 13 tratados comerciais e com Inglaterra, 2 tratados.

A Companhia, destinada a arrebanhar mercadorias pelo saque e homens pelo rapto, tinha como principais colaboradores os corisquenhos, que também possuiam escravos próprios, geralmente pamues e nvikos, sendo célebre o escravo liberto raza pamue, chamado Bakele.

1.13.2006

O Perfume

O olfacto é um dom para quem o tem e uma benção para quem não o possui!

De facto, assim é. É óptimo sentirmos o olor alheio quando de bom tom, aquecido em dias frios e refrescante nas manhãs quentes!
E que dizer do senhor cavalar que, em jejum, trás consigo o esplendoroso rasto a solfamida corporal, vulgo Patchuli!? Tem, portanto, possibilidades dúbias.

Assim acontece com quem se cruza com o improvável, todos os dias!

Em plena actividade matutina senti uma fragrância que, há muito, se tinha evaporado do meu imaginário.

Menina sorridente, maior em idade e pouco mais, tem o estranho hábito de trazer agarrado a si o tristonho e enfadado tresande a naftalina. Esse cheiro esbranquiçado e roliço cuja configuração é consentânea com os gases libertados.

Motivado, por ventura, por um qualquer insuspeito baú, é o cheiro que melhor lhe assenta em humildade e simpatia, confirmada pelas rendinhas que enverga.

Não se veste bem, não se pinta, não é atraente, não tem vivacidade carnal, não cheira a vida, é uma preposição de mulher, é o que é, sem rodeios.

Assim se vive, em volta da naftalina!

1.12.2006

Em flagrante...

O espírito renascentista

O Renascimento dá início à época moderna. A sua vigência e propagação pela Europa, fundamenta-se em dois aspectos fundamentais que importa, agora, ter em consideração.

Por um lado o espírito fervoroso que caracterizou a vida medieval até então, entra em declínio. O humanismo e os valores profanos surgem, agora, ao contrário do que acontecia no passado, como valores inegáveis do intelectual moderno, motivado por um quadro geral de restauração da cultura greco-romana em ruptura com a Idade Média. Tudo o que é humano passa a ser tido em conta e, até, em certos literatos, concebido como o cerne da existência, tal como defende Pico della Mirandola em A dignidade do Homem de 1487: "nada é mais admirável do que o Homem".

Por outro lado, em contraste com o sacerdotalismo medieval, assiste-se à afirmação da supremacia do poder civil sobre as autoridades religiosas e ao fortalecimento do poder real, abrindo portas ao absolutismo que, mais tarde, será apanágio das monarquias europeias. Em Portugal, D. João II (o príncipe perfeito) encarna o reforço do poder real e o desprendimento de limites morais.

Noutro plano, mas não de menor importância, inicia-se a saga dos Descobrimentos, tarefa de cunho universal e planetário, em que os portugueses desempenham papel primordial. Com as descobertas, vêm os progressos das técnicas e da mentalidade científica: a cartografia, a ciência náutica, a astronomia, as ciências naturais e, com eles, mudanças profundas a nível cultural, económico e social.

Surge, então, o capitalismo moderno, o início do processo de globalização do comércio, com novos produtos e novos mercados, deixando de ser limitar à Europa e, por isso, requerendo outras iniciativas de âmbito nacional tendentes à protecção da manufactura interna, reforçando, desse modo, o poder centralizado.

Será esta ambiência de mudança e valorativa do Homem, que levará à reforma protestante e à resposta católica com a Contra-reforma, acontecimento que conduzirá, de novo, a civilização ocidental para o culto do divino em detrimento da relevância humana.

É um mundo em mudança que surge por volta de 1400, é uma sociedade mais distante do medievalismo rural e mais próximo do modernismo comercial. Para isso, contribuiu esta teia de factos e vontades rompendo com o passado próximo e consolidando as formulações do passado longínquo.

Como refere Cabral de Moncada, "depois da Grécia e depois do Cristianismo, nenhuma outra revolução na história do espírito europeu teve até hoje consequências tão transcendentes como o Renascimento". (Filosofia do Direito e do Estado, p. 94).
adaptado de AMARAL, Diogo Freitas do (1999).
História das Ideias Políticas.
v.I. Coimbra: Almedina, 193-195.

1.11.2006

O ressurgimento clássico, por volta de 1400

As soluções artísticas respondem sempre a uma fundamentação histórica do contexto em que surgiram. São, portanto, o resultado da conjugação de factores que justificam o aparecimento de determinada solução artística, em dado espaço.
Relativamente à génese do Renascimento, também factores sociais, económicos e políticos contribuiram para a sua (re)invenção, em Florença, por volta de 1400. Investigações com não mais de duas décadas, relatam circunstâncias especiais que propiciaram o seu aparecimento nesta cidade-estado.
Por volta de 1400, o estado florentino enfrentava uma séria ameaça à sua independência. Milão, cidade em ascensão, tenta dominar toda a Itália, tendo já subjugado as planícies da Lombardia e boa parte das cidade-estado da zona central da Toscana.
A bem sucedida resistência aos intentos do duque de Milão, na área militar, diplomática e intelectual, por parte dos florentinos, propiciaram a elevação de um espírito patriótico que será mantido pela própria populaça, proclamando-se defensora da liberdade contra a tirania do invasor.
Era uma guerra de propaganda, portanto, chefiada, em ambos os lados, por humanistas herdeiros de Petrarca e Boccaccio. O Louvor da cidade de Florença de Leonardo Bruni é disto exemplo, colocando em foco o ideal petrarquiano de um renascimento dos ideiais clássicos.
De facto, esta obra é de vital importância para compreendermos a percepção ideária da opinião pública florentina. Indaga sobre as razões da subjugação, sem custos, dos outros estados da panínsula itálica, ao invés da resistência por si protagonizada, encontrando a resposta no mérito das instituições, nas realizações culturais, na situação geográfica, no espírito do povo, até, nas raízes etruscas da sua pátria.
O orgulho patriótico e o apelo passado implícitos nesta imagem de Florença como a "Nova Atenas", terão despertado um profundo entusiasmo na cidade, lançando-a numa febre construtiva, segundo um novo ideário, de acordo com os cânones de proporção clássicos.
O concurso de 1401-02 para as Portas do Paraíso, do Baptistério, em que ideiais arcaizantes levaram, ainda, vantagem sobre as representações escultóricas individualizadas e de inspiração clássica de Ghiberti, foi o lançamento de um extenso programa de decoração escultórica prosseguido em diversas igrejas, enquanto se dava andamento aos planos para a construção da cúpula do Duomo, que será protagonizado por Brunelleschi e cuja camapnha durará mais de trinta anos, até 1436.
O entusiasmo e fervor patriótico da época, foi, portanto, o ténue motor que levou ao surgimento de uma arte representativa do espírito magnânimo, mas ordeiro, clássico, pelo que a aplicação das suas soluções dogmáticas, surgiu como natural, dentro de uma espírito civil de superioridade intelectual, cultural e, por isso mesmo, civilizacional.

In JANSON, H. W. (1992). História da Arte. 5ª ed. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 391-392.

continua...

Princípios formais do Renascimento

O movimento artístico que designamos por Renascimento, nasceu na Península Itálica, em Florença, nas primeiras décadas do século XV.
De momento, iremos apenas abordar a questão dos seus princípios formais, deixando a justificação do seu aparecimento, para notícia posterior.
Este movimento, complexo e variado, estabeleceu novos princípios de representação, novos métodos de trabalho das formas e, sobretudo, tipificou formulações originais, tanto ao nível da (re)criação de cânones, quanto ao nível da proporcionalidade como medida de todas as coisas.
Tais concepções formais, provêm de duas fontes primordiais: por um lado, a reutilização, após quase um milénio de interregno, das concepções clássicas - motivado pela descoberta de vestígios arqueológicos gregos e romanos, como é exemplo conhecido o levantamento do conjunto escultórico de Laoconte -, por outro lado, inicia-se, de forma corrente, a aplicação, às artes maiores, da perspectiva, descoberta técnica cujas regras de desenho e matemáticas permitem reproduzir o aspecto real da sobreposição dos objectos no espaço.
A requalificação dos ideias gregos e romanos, viu na arquitectura, que dispunha de monumentos clássicos visíveis como fonte de inspiração, um campo privilegiado de difusão, apoiando-se em leis construtivas e decorativas estritas, reproduzindo e reavivando os conceitos clássicos.
O segundo elemento, a perspectiva, foi apenas o mais visível de uma série de descobertas artísticas revolucionárias, como a pintura a óleo, a preparação dos frescos através de cartões, a redescoberta das estátuas equestres, o achatamento dos baixos relevos, os tirantes metálicos nas abóbadas, entre outras. Quanto à perspectiva, permitia um maior realismo na representação, propiciando, novos conhecimentos científicos por parte do executante, sendo, por isso, o percursor da emancipação social e profissional do artista.
De artesão afecto a uma guilda medieval, torna-se indivíduo criador, artista com uma percepção da realidade e sua compreensão pessoal, apesar do respeito pelos cânones representativos. Porém, não demorará muito até que estes mesmos padrões comecem a ser postos em causa, em detrimento de outra realidade idegável, a construção mental do objecto que viam...
continua...

1.09.2006

Monopólios

São chatos os gajos... Vivemos pra negociar, comprar, vender, emprestar, cobrar...
Desculpe, eu só gostava de ser atendido, pensava eu...
Afinal sou mais uma vítima desse jogo... Já não conta o que se vende, o que se empresta e o que se cobra. Não... aquele gajo que espere... que aqui só conta quem joga... as ruas, as estações, as companhias hão-de existir sempre...

Mas, desculpe, excelência, eu só queria ser atendido...

que fazemos nós? revoltamo-nos? insurgimo-nos contra isto? ou alapamos o cu 3 horas à espera para pedir por favor para nos arranjarem mais do que 4 canais para entreter os putos quando os pais querem dar uma queca?

Pensamentos transviados!

Tudo é relativo. O tempo que dura um minuto depende do lado da porta do WC em que se está!

1.05.2006

Transeuntes anónimos

Todos os dias cruzamo-nos com pessoas e lugares anónimos que assim permanecem, para sempre. Outros ficam pela sua simpatia e pela partilha de algo que, para nós, ainda que insignificante, despertam sentimentos.

Este amigo é um dos que, no anonimato da multidão, nunca passa despercebido. É desavergonhado, metediço, oportunista e obcecado por bolas, mas nunca esquece os amigos, quando passa por eles, virtude difícil de se encontrar nos dias introspectivos que correm...

1.04.2006

A escrita e a leitura

Abri sem assunto definido.
O que escrever... como saciar esta vontade de ordenar palavras, fazendo algum sentido e com conteúdo!?
Bom, o assunto custa a pensar e custa ainda mais a sair, porém, a escrita é isso mesmo, a vontade de refazer outra realidade, paralela ou consentânea com o dia-a-dia. Aliás, a prosa não é mais do que isso, a mistura insana ou racional de sensações, ideias, valores ou hábitos que, no seu conjunto, e quando fomentadas da forma correcta, permitem a criação literária.
Ouvi, algures, que em Portugal não se critica o que outros escrevem, não se indica o erro. É melindroso referir a fraca qualidade de outro e ainda mais a nossa.
De facto assim é. Parte de mim e sei que outros o fazem comigo. É como se uma força estranha, mas superior, nos vedasse o acesso à avaliação real do que lemos por aí.
É como se o receio de maltratar o ego do outro passasse por ocultar o que não apreciámos, o que achamos repetitivo ou, simplesmente, o que não gostamos.
É um escudo invisível de defesa, talvez para que não façam o mesmo connosco. É o horror à avaliação, à crítica, à réplica, impedindo-nos, tantas vezes, de sermos verdadeiros, até connosco.
Assim são, também, os dedos que vão dando vida, a conta gotas, ao virtual Quiosk.

1.03.2006

Festibidades

Porque o Natal é quando um Homem quer e porque motivos para festejar há todos os dias, o virtual Quioske deseja a todos boas festas, pelo corpo todo!