5.19.2010

Sono, tenham MUITO sono

9 da manhã, sono, MUITO sono!

A edição de Maio da National Geographic Portugal dedica uma meia duzia de páginas às questões dos distúrbios do sono e outras maleitas relacionadas.


Apesar de interessante, chamou-me à atenção uma caixa de texto algo do género:

"Após 24 horas sem dormir, a capacidade e rapidez de resposta a problemas, será semelhante à da ingestão, numa hora, de três copos de whisky"

Alguns dirão que isso é brincadeira de crianças, 3 a 5 copos por hora seria o normal de uma noitada de copos encharcada e se ainda por cima levar com gelo na coisa, não há que temer... mas e se o tipo trata gente e está ao serviço!?

Sobre os efeitos da falta de sono na classe médica, o artigo refere ainda os problemas relacionados, concluindo que (se bem me lembro) 20% dos respondentes da amostra (indivíduos em internato médico) admitiram que isso poderá ter tido repercussões na morte de um paciente...

Bom, que dizer dos turnos brutais que médicos e enfermeiros teimam em fazer nos hospitais portugueses? Bom para a carteira, bom quando não há que fazer e dá para uma soneca, mas e o tipo que chega partido às urgências, será que vai ter alguém apto para o remendar?

Na minha opinião, claramente, não.

24 horas de trabalho ininterrupto dará para ganhar uns trocos extra ao final do mês, mas em profissões em que recai a responsabilidade de manter a corda a bambolear sem partir, parece-me criminosa a manutenção deste sistema que, aliás, é usual por todo o mundo.

Então, qual a utilidade em manter o sistema? Parece-me que a utilidade amplamente responde aos interesses de todos:

. médicos e enfermeiros ganham trocos acrescidos e ainda podem dormitar entre emergências;

. administrações deixam de contratar mais gente para suprir falhas de pessoal deixando de gastar em segurança social e mais a catrefada de treta que paga por contratar;

. ordens e associações vêem alguns dos seus membros satisfeitos;

. o ministério deixa de gastar mais algum com financiamentos inusitados no poço da saúde e a diluir os prejuízos com a má prestação de cuidados na relação custo-benefício em saúde.
O único que perde é o tipo que poderá precisar de cuidados, mas esse, não conta nada, depois de uma queda e de umas quantas escoriações, um anestésico qualquer acalmará os berros para que o pessoal possa pôr o sono em dia e se não houver nenhuma pilula mágica, nada como 3 copos de whisky para lhe aclarar as ideias... mas sem gelo!

5.18.2010

ILGA, ELGA, MILGA e TAL: Eu Manifesto-me

Um dia depois da promolgação do casamento gay, inúmeras reacções têm feito manchete nos jornais.
Partidos congratulam-se, movimentos fazem luto, uns festejam enquanto outros desesperam, ao mesmo tempo que alguém tenta berrar em surdina:
"O Povo é Sereno, não se friccionem socialmente!"
Eu diria antes:
"O Povo é Manso, beijem-se e apalpem-se como puderem e se quiserem casem-se, mas muitas vezes! [para não explicitar ainda mais]"
É que, isto de discutir se alguém é igual ao outro, é de bocado de terra pequenino, charolo e insano, que se diz democrático e igualitário;
Isto de conversar e decidir sobre a possibilidade de alguém ter direitos é de tacanho povo que se deixa enganar pelo blá-blá-blá de um qualquer retórico;
Isto de alguém se insurgir contra qualquer coisa que não lhe diz respeito é de cochicheiro-bate-no-peito, beatedo de um raio, que anda em rebanho atrás de um qualquer pastor de quico na tola.
Por isso, força ILGA, ELGA, MILGA ou lá o que é!