A imagem, veículo da aprendizagem
De que forma pode a imagem ser contributiva para o processo de ensino-aprendizagem?
Isabel Calado[1] define de forma conciliadora a relação entre elas. A autora mencionada a não linearidade entre imagem e processo de ensino-aprendizagem. Se os educadores reconhecem as potencialidades da imagem como auxiliar da comunicação pedagógica, utilizando-a como forma de transmissão de conteúdos, de motivação para novas aprendizagens, ou como forma de captar a atenção dos formandos e ajudá-los à memorização, pensamos nós que o seu uso é, cada vez mais, fundamental para o processo de construção de conhecimento. Fundamentámos a nossa afirmação na sociedade de informação em que vivemos e na necessidade de interpretação da imagem massificada que, todos os dias, nos fulmina, através das variadas caixas mágicas que nos rodeiam.
Será, pois, este um dos fracassos do ensino: a inadequação da Escola à realidade exterior. Aqui se inclui a incipiente utilização de recursos iconográficos como meio de incentivar à interpretação, não à memorização.
Sobre este assunto, Duborgel[2], diz-nos que a imagem não só ensina e instrui como também educa, catequiza e diverte. Em parte discordámos da afirmação. Ela própria é veículo de conhecimento, de aprendizagem, só por si não ensina nem educa, apenas quando interpretada, permite a construção do conhecimento.
Apoiado no espectro de imagem como suporte iconográfico, Duborgel ter-se-á esquecido da necessidade da análise iconológica do objecto visualizado. Se o autor define a imagem como algo representativo de uma acontecimento ou facto, como se de um retrato se tratasse, Panofsky vai muito além dessa visão simplista, defendendo a importância do estudo exaustivo e interpretação do documento iconográfico em causa, como forma de aprendizagem seriada e consistente[3].
Duborgel continua com a sua definição simplista, diz-nos que a imagem é um instrumento de informação, o reservatório de conhecimento, saber ou pré-saber, documento ou pré-documento, facto de motivação, discurso, ensinamento e saber ilustrados, meio de ilustração da aula, do discurso e do saber, utensílio de memorização e de observação do “real”, etc.
Será, pois, este um dos fracassos do ensino: a inadequação da Escola à realidade exterior. Aqui se inclui a incipiente utilização de recursos iconográficos como meio de incentivar à interpretação, não à memorização.
Sobre este assunto, Duborgel[2], diz-nos que a imagem não só ensina e instrui como também educa, catequiza e diverte. Em parte discordámos da afirmação. Ela própria é veículo de conhecimento, de aprendizagem, só por si não ensina nem educa, apenas quando interpretada, permite a construção do conhecimento.
Apoiado no espectro de imagem como suporte iconográfico, Duborgel ter-se-á esquecido da necessidade da análise iconológica do objecto visualizado. Se o autor define a imagem como algo representativo de uma acontecimento ou facto, como se de um retrato se tratasse, Panofsky vai muito além dessa visão simplista, defendendo a importância do estudo exaustivo e interpretação do documento iconográfico em causa, como forma de aprendizagem seriada e consistente[3].
Duborgel continua com a sua definição simplista, diz-nos que a imagem é um instrumento de informação, o reservatório de conhecimento, saber ou pré-saber, documento ou pré-documento, facto de motivação, discurso, ensinamento e saber ilustrados, meio de ilustração da aula, do discurso e do saber, utensílio de memorização e de observação do “real”, etc.
Definiríamos, ao invés, de forma menos rebuscada: a imagem é forma de atingir o conhecimento sobre determinado acontecimento ou acto, através da interpretação dos seus componentes (forma, objecto(s) representados, autor, contexto).
Não pretendemos com isto, desmontar a visão de Duborgel sobre a importância da imagem, apenas reforçar o facto de ser incompleta e de não se reportar aos factos realmente importantes que definem este instrumento como fundamental no processo de ensino-aprendizagem: a veiculação de informação passível de ser tratada.
Não pretendemos com isto, desmontar a visão de Duborgel sobre a importância da imagem, apenas reforçar o facto de ser incompleta e de não se reportar aos factos realmente importantes que definem este instrumento como fundamental no processo de ensino-aprendizagem: a veiculação de informação passível de ser tratada.
[3] Iconologia deriva da palavra eikonología (linguagem figurada) em oposição à palavra Iconografia, que deriva da palavra eikonographía (pintura de retratos). Cfr. PANOFSKY, E. (1984). Estudios sobre iconología. Madrid: Ed. Alianza.
8 comentários:
Uma imagem vale mais que mil palavras?!
A associação de imagens às palavras funciona como um isco para se poder ler com mais leveza os escritos, ou não o fazemos nós todos os dias nos blogs.
É claro que o dispêndio de atenção para uma imagem é muito menor do que para um texto, mas é só por não serrmos educados para olhar para uma imagem com a devida atenção.
Quantos quadros por exemplo tem um significado mais profundo que aquele que se observa com um simples olhar?!´
É de certa forma como os leitores de primeiro segundo e terceiro nível.
Bem... Já estou a divagar muito.
Abraço
Terceleiros: Sim, era exactamente isso que dizia! A diferença entre iconografia e iconologia.
Bom, quando vejo o mundo pouco nítido geralmente pontapeio a TV, penso que na aprendizagem se poderia fazer o mesmo ao transmissor de comhecimentos...por vezes.
Em relação ao significado secreto dos quadros (imagens) - adoro aqueles que à partida parecem ser bastante complexos mas que na realidade foram pensados como coisas bem simples. Que mania a nossa...
Abraço tercelado na porta do quiosque
acho que o o conhecimento...está um bocado alheado da nossa sociedade neste seculo...é preferivel o bombardeamento de imagens de nada que nos deixam grandes vazios.
Hogu: Concordo com a questão da agressão, é sempre salutar resolver assim as questões da qualidade duvidosa... Quanto às imagens, como em tudo, a simplicidade está sempre precsente apesar de a complicarmos. Abraço
Carlos: o conhecimento faz parte do nosso século, aliás, ele circunda-nos, o problema é a interpretação que não fazemos desses conceitos que nos rodeiam! Abraço
A imagem deverá ser um complemento da palavra, aliás é praticamente isso que eu faço todos os dias no meu blogue. A realidade é que a imagem ajuda a transmitir a ideia daquilo que queremos dizer. É a conclusão da máxima, uma imagem muito perto das mil palavras.
Um abraço.
Micróbio: SEgundo o meu ponto de vista, a análise e interpretação da imagem urge como novo paradigma educativo, uma vez que só ele poderá actualizar o sistema educativo à sociedade em que vivemos. Não deve ser apresentada como emblemática de algo mas sim um fim em análise por excelência. Abraço
Armando: Penso que a imagem como complemento é essencial, sem dúvida, porém devemos ter em conta o seu potencial educativo, quando interpretada de forma correcta, tal como dizes no final do comentário. Abraço
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