A memória é volátil, altera-se com o passar dos acontecimentos.
Deambula por entre factos e contextos e é mutável por eles mesmos. Tantos por uns que se lhe sobrepõe em importância social, quanto por outros mais confortáveis para a evolução da civilização.
Quando pessoal, a memória esvai-se com o tempo. Porém, quando colectiva, mantêm-se para além dos intervenientes e das vontades, esfumando-se ora quando saturado pelo manuseamento, ora quando tornado irrelevante ou obsoleto pela pertinência.
É uma forma estranha a da lembrança. O que vemos é nosso, não é o que foi e nunca tornará a ser o que era, contudo, mantêm-se inalterada em momentos virtuais, ainda que irreais na materialidade.
Interessante o processamento da memória, sempre selectivo, tanto para a permanência, quanto para a dissolução na bruma cerrada do tempo. Ideias, pessoas, vidas pululam o próprio passado, mas essas mesmas são efémeras. Apesar de deixarem um rasto de vida, esvaem-se pela calada, quando ansiamos pelo seu regresso.
Eufémia é assim, esquece a memória que a criou, contorce-se com a catadupa de acontecimentos que a originou e reformula-se com o presente visível, ilusório, em que vive.
Eufémia é assim, esquece a memória que a criou, contorce-se com a catadupa de acontecimentos que a originou e reformula-se com o presente visível, ilusório, em que vive.
4 comentários:
É verdade...no caso da minha memória, tenho a dizer que a sua capacidade é limitada. Esqueço bastante as coisas, mas deixo sempre espaço para aquilo que é importante!
Olha, vai à minha tendinha e faz de conta que o "Não ver!!!" não está lá.
Acho que, apesar de tudo, se estás nessa onda da memória, vais gostar do filme.
E sabes qual o sentido mais ligado à memória? É mesmo o olfacto!!! Sniff, sniff...
Considero a minha memória um pouco traiçoeira. Por vezes deixa-me ficar mal. Daí optei por uma agenda (arrghhhh pareço um velho).
Um abraço
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