A revolução saiu à rua, exigiu direitos e deveres igualitários, verteu lágrimas de alegria por ver-se sobrepor à tirania e desvaneceu lentamente enterrada num qualquer sofá, de comando na mão.
O sonho esvoaçou entre iguais, tentando sobreviver contra vontades inauditas e escusas. É a sede de poder, o conformismo do sonho fácil, a competitividade, o motivo pelo desvanecer de uma fantasia.
Era um sonho de vida, colectivo, imberbe e incapaz de calculismo político. Era um devaneio de futuro, prognosticando a força da voz e o poder das massas. Era uma quimera de felicidade, pensando no bem comum e na possibilidade de igualdade. Era uma ilusão verbalizada, clamada, carpida, por tudo o que tinha ficado por dizer.
O sonho esvoaçou entre iguais, tentando sobreviver contra vontades inauditas e escusas. É a sede de poder, o conformismo do sonho fácil, a competitividade, o motivo pelo desvanecer de uma fantasia.
Era um sonho de vida, colectivo, imberbe e incapaz de calculismo político. Era um devaneio de futuro, prognosticando a força da voz e o poder das massas. Era uma quimera de felicidade, pensando no bem comum e na possibilidade de igualdade. Era uma ilusão verbalizada, clamada, carpida, por tudo o que tinha ficado por dizer.
É um sonho adiado, individual, introspectivo e confortável, incapaz de manifestar a discórdia e a divergência. É um devaneio sem futuro, prognosticando o vazio social, a manipulação das gentes, o poder da retórica sobre a verdade. É uma quimera silenciosa, sibilante e esquiva, sem capacidade para se fortalecer, minada à partida.
O poder do sofá é avassalador. O crédito permite mais um upgrade à parafernália de maquinaria que nos torna mais sedentários e inertes sociais.
Temos outra vez o pão e o circo, o fado e o futebol. Tudo para nos fazer viver uma realidade perpendicular à verídica, sem precisarmos de nos alterar.
Temos a mordaça, temos a censura, temos a mesquinha inércia.
Temos tudo o que sonhamos, tudo roda à volta do poder do povo, faccioso e maleável, ao sabor dos dotes do orador e do grupinho politizado a que pertence.
Temos tudo, uma vida de sonho, irreal, paradisíaca, etérea e acomodada, vazia de conteúdo e de palavras.
Temos tudo, idealizamos uma realidade igualitária... mas vivemos um pesadelo manipulador.
Temos tudo, menos o sonho.
5 comentários:
ora, eu tenho ainda o sonho! certo que nou sou da geracao certa, mas tenho o sonho, muitos sonhos!
Só temos é a liberdade. De resto não temos nada, simplesmente nada...
Abraço
Antes de mais, obrigada pela visita ao meu espaço e pelas questões colocadas. É sempre bom levar as reflexões mais adiante e os comentários são imprescindíveis para esse exercício.
Já muito se disse sobre Liberdade, sobre a noção que cada um tem, da definição - pela negativa e pela positiva.
Mas não se tem falado de sonhos e "o sonho é a constante da vida!
Bjs e bom FDS (dos grandes)!
Temos que rumar contra a maré e não alinhar em carneiradas!...Cada um de nós tem de saber aquilo que quer e o que não quer, é necessário correr riscos e não ficármos acomodados, como se o nosso destino já estivesse traçado...mais do que nunca cada um deve fazer a sua revolução interior e não ficar à espera que alguém a faça por nós!...
O que isto precisa é de uma nova REVOLUÇÃO!!!!
Enviar um comentário