A memória tem destas coisas, a inata vontade de se extravasar sem querer que os segredos inauditos do seu portador sejam partilhados.
Quando vividos flúem sem se aperceber que estão a ser absorvidos por outros, atentos à vontade alheia.
Assim acontece com a avó Micas de que já mencionei a chegada.
De tez carregada e hálito quente, deixa transpirar pequenas gotas que reanimam tempos idos, anos em que os passos ecoavam nas noites solitárias da gélida aldeia que a viu desabrochar.
Por lá, essa tal Macondo escondida, as festas eram em honra de são joão, épocas de folia e de libertinagem.
Porém, para ela, nem sempre foi assim.
Tempos houve em que se escondia entre lençóis incógnitos, amedrontada com a parafernália de sons retumbantes sem fim e com essa estranha visão de luzes incandescentes que teimavam em surgir vindas do nada.
Para aliviar o seu fado vagabundeante e mal quisto pela populaça, deixava-se levar pela mão suave que reconfortava as suas lágrimas escusas.
As festas não são para todos, são para aqueles que têm a quem deitar a mão, dizia, enquanto trejeitos forçados impediam o pingo de verter.
Nada mais saiu senão olhares vagos e miares imperceptíveis enquanto movimentos incontrolados franzem a bochecha casquilha e ternurenta, aqui ao lado.
Quando vividos flúem sem se aperceber que estão a ser absorvidos por outros, atentos à vontade alheia.
Assim acontece com a avó Micas de que já mencionei a chegada.
De tez carregada e hálito quente, deixa transpirar pequenas gotas que reanimam tempos idos, anos em que os passos ecoavam nas noites solitárias da gélida aldeia que a viu desabrochar.
Por lá, essa tal Macondo escondida, as festas eram em honra de são joão, épocas de folia e de libertinagem.
Porém, para ela, nem sempre foi assim.
Tempos houve em que se escondia entre lençóis incógnitos, amedrontada com a parafernália de sons retumbantes sem fim e com essa estranha visão de luzes incandescentes que teimavam em surgir vindas do nada.
Para aliviar o seu fado vagabundeante e mal quisto pela populaça, deixava-se levar pela mão suave que reconfortava as suas lágrimas escusas.
As festas não são para todos, são para aqueles que têm a quem deitar a mão, dizia, enquanto trejeitos forçados impediam o pingo de verter.
Nada mais saiu senão olhares vagos e miares imperceptíveis enquanto movimentos incontrolados franzem a bochecha casquilha e ternurenta, aqui ao lado.
2 comentários:
perdeu o fogo de artifico... mas ganhou uma mao suave
Há festas e festas...
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