2.21.2007

espaços suspensos

Espaços!

Espaços reais, visíveis, são todos aqueles que a retina alcança.

Todos os outros, aqueles que nunca revelámos também o são. Aliás, são-no ainda com mais força, nunca visualizados e por vezes incompreendidos, são abstracções formadas por conceitos vagos que se vão transfigurando num universo sensível ao toque e ao pensamento.

Livres são esses hologramas.

Verídicos!? Com certeza ou sem ela existem pela qualidade real que encerram e pelas infindas possibilidades de montagem que propiciam. Ora fixos, ora amovíveis, são estas as verdadeiras celas que nos encerram, que nos enclausuram.

Sem darmos por isso absorvem o intelecto para dele sobreviverem. Os espaços ilusórios são assim, parasitas insaciáveis que se alimentam do olhar para acrescentarem mais uma vida ao espaço suspenso. Deixam-nos vegetar no leito X da camarata global.

São imperativos e autoritários, escorregadios e incompreensíveis, desconhecidos e irreconhecíveis. Bebem do real para crescer até ao infinito.

Dão-nos a volta. Fazem de nós o que querem. Às vezes dão-nos pistas da sua existência mas logo as apagam para que o seu crescimento seja contínuo e imparável.

Propiciam-nos uma visão a cores da existência para a consideramos autêntica, una, mas constantemente mutável pela sua força.

Espaços e qualidades provadas deixam de ser as que conseguimos compreender, passam a ser virtuais, ilusórias.

Sofrónia, nome irreal que me parece ter sido um dos que alguma vez foi mencionado, deixa pensar, reflectir, julgar, avaliar, mas desaparece mal prenunciam o seu nome.

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