Do gesto à palavra vai um processo de aprendizagem da verbalização de um acto.
Permite ramificar ideias, comparar e discutir, mas inviabiliza a pureza da comunicação e a duplicidade do que é dito, pois aos gestos correspondiam vários ideias, às palavras - a dureza da honestidade e a sua (in)compreensão.
É que as palavras têm o dom de limitar a imaginação, dão-lhe balizas.
Quando não utilizadas, permitem uma maior veracidade. É como se o silêncio fosse de ouro e permitisse o entendimento pleno do que foi expressado e do que podia ter sido dito.
Porém, quando nos limitamos à construção frásica, condensamos sentimentos, vontades, dúvidas e gestos à rudeza de um símbolo, ou conjunto deles.
Digamos que a escrita esgota sentidos, enquanto que a não comunicação abre valas para o desconhecido.
Contudo, o som organizado também se esgota. Desta feita, a única opção lógica será comunicar verbalizando o que é pretendido de forma mais ou menos aclarada.
Trata-se de um ciclo vicioso o de apalavrar sentidos, que acaba na monotonia e recomeça na esperança.
1 comentário:
"A escrita esgota sentidos, enquanto que a não comunicação abre valas para o desconhecido", é verdade, mas a arma mais poderosa que nós temos como espécie, é a comunicação.
Um abraço.
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