3.27.2006

Espaços aparentes

A urbe tresanda de vida!

Pessoas atarefadas cruzam-se sem nunca desviar o olhar. Os passos sucedem-se sem saber o destino. Sempre determinados não vá alguém estar atento.

Corredios, não param para descansar nem sequer para saborear os aromas ora acres, ora doces, ora incipientes que se sucedem. Gente improvável atravessa-se em caminhos ainda mais duvidosos e ninguém pára para olhar.

Desejos escondidos passam por nós sem sequer lhe sentirmos o rasto, vontades inomináveis escondem-se por detrás de máscaras que não vemos. Os vultos sim, sentimo-los, por vezes provocam calafrios lembrando-nos que alguém menos insignificante merecia um relance, mas a pressa não o permite.

Figuras amontoam-se à espera do mesmo: de uma lufada de vida que os leve dali por um passadiço perigoso, dando alento à inspiração.

Triste congénito, vazio natural, ávido por vida, coabita no imaginário de pensadores, resiste à força do tempo, sobrevive, dia após dia, ao mesmo desígnio de ontem que será, quem sabe e se deus quiser o de amanhã.

A luxúria vive lá dentro. Inglória, tenta furar por entre valores morais e éticos, bem definidos, que não podem ser quebrados.

A alegria, manifesta-se efémera, rasgando, de quando em vez, por entre as barreiras do pudor e da decência.

A verdade, débil, persiste por entre silêncios e vontades inqualificáveis que ninguém tem coragem de verbalizar.

Nada perdura no mundo real. Cá dentro, é outra coisa! Nestes espaços interiores, a vida vive, alegre, luxuriante, verdadeira, sem receios de ser quem é!

Cloé é vazia, aparente. Fantasmagórica subsiste numa esquina perto de si!

2 comentários:

CS disse...

Pessoas atarefadas cruzam-se sem nunca desviar o olhar. Os passos sucedem-se sem saber o destino. Sempre determinados não vá alguém estar atento.

"Corredios, não param para descansar nem sequer para saborear os aromas ora acres, ora doces, ora incipientes que se sucedem. Gente improvável atravessa-se em caminhos ainda mais duvidosos e ninguém pára para olhar.

Desejos escondidos passam por nós sem sequer lhe sentirmos o rasto, vontades inomináveis escondem-se por detrás de máscaras que não vemos".


MAS TU SIM...
Certo?

Ainda bem! ;)
Beijos!

kiko disse...

ana: perto de todos, à nossa volta mesmo! bj

maria pedro: Eu sim vejo as máscaras!? Não!

Eu sim olho para o interior do transeunte anónimo? Não!

Eu sou o "man" que está acima disto tudo? Não!

Eu sou um ser como todos os outros, com defeitos e virtudes? Sim!

Mas penso no que faço e no que vejo, é só! Não estou à margem de nada que escrevo, se vires bem, até pelo contrário! ;) bj

Spartakus: E sentimentalismos mataram a revolução! :D:D abraço