3.03.2006

Espaços esquecidos

Zobaida é uma cidade tanto fantástica quanto fantasmagórica.

Feita para ser um labirinto da luxúria tornou-se, com o tempo, numa pálida imagem do que foi quando idealizada.

Tal como esta, a vontade de reviver é tão pujante que os limites para a sua reconstrução são facilmente ultrapassáveis.

Neste processo de passagem de obstáculos há recordação viva, esquecemo-nos que o passado não se repete, ou antes, repete-se, por vezes, mas segundo novos padrões, deixando apenas uma pálida imagem do que foi e, por isso, impossibilitando o retorno da tal emoção à tempos sentida.

Neste processo reedificativo, desvanecem sonhos, azedam desejos, aligeiram-se vontades. Permanece apenas a sensação de vazio e a certeza da frustração por não voltarem outros tempos memoráveis.

Assim nasce o esquecimento.

6 comentários:

CS disse...

É bom que assim seja. Algumas coisas são sublimes porque são únicas.

Poor disse...

e também há coisas que nunca se esquecem, normalmente as únicas.

noasfalto disse...

ia dizer qualquer coisa e esqueci-me...

teresa.com disse...

resta-nos a curiosidade do futuro e a influencia que temos nele, certo?...

Wakewinha disse...

Para a cidade, como para tantas outras coisas... =S
Bom fim-de-semana*

Freddy disse...

Sodoma ou Gomorra?