7.05.2006

prisões douradas

Deambular pelas expressões e sentidos implica deixarmos sempre um pouco de nós. Mesmo quando tentamos ser imparciais ou isentos, sempre fica a réstia de um contexto imbuído de valores (a)morais que nos impelem a sermos ora condescendentes, ora titânicos.

Esta é a essência humana como a vejo, quando chamada a tomar partido ou a revelar opinião social. Mas será que isso mesmo interessa!? Será que a opinião quanto a factos é, de facto, factual e fundamental para a manutenção do vegetar civilizacional em que nos encontramos!?

Ter, dar, manter um diálogo e uma opinião formada parece ser a base da coexistência. De facto ela não é mais do que limitadora do livre arbítrio verbal que, quando atingido, reflecte a verdadeira essência do caos mental com que lutamos todos os dias.

Ideias, notícias, verdades e conceitos, entrecruzam-se mediadas por descargas de energia que visam manter a ordem. Como se de uma prisão se tratasse, esses feixes impõe uma regra, mantendo a lucidez e a clarividência, apenas ultrapassados em momentos extremos.

Esse caos mental por vezes alcançado, é dúbio: se libertador das correntes sociais, prognostica o pânico, carcereiro da visão plena e livre.

Apesar de sensitivos e pensantes, somos prisioneiros de nós mesmos – do nosso contexto e da nossa verdade.
Temos vontade de ver, vontade de ser, vontade de sentir, mas esquecemo-nos de viver, sem rodeios, o presente.

5 comentários:

purita disse...

pior mesmo são as falsas sensações de liberdade.

Barão da Tróia II disse...

Concordo com a "purita", pior é esta mentira em que vivemos julgando ser livres.

Hugo Brito disse...

Também podes comprar uma quinta no Gerês e gritares NUDEZ... NUDEZ... NUDEZ... enquanto o Christopher Plummer executa uma acção copulante com a Julie Andrews e com a Heidi (Plummer). You know Peter... com a grande verbalização vem a grande verborreia ;)

Sukie disse...

A maior parte das pessoas não diz o que pensa para não causar conflitos com os outros...é mau, é a tal prisão na minha opinião.

teresa.com disse...

e teremos todos vontade de ser e sentir?... as vezes acho que nao!