Voltei a "Ratos e Homens" quando ele se cruzou no meu caminho, na última prateleira de uma cinzentona biblioteca universitária.
Já o havia folheado anos antes quando, contrariado, tive de passar os olhos pelo "A Pérola". Por essa altura intrigou-me o título, menos as primeiras 2 ou 3 páginas do romance, deixando-o.
Steinbeck já se havia apresentado anos atrás com "Viagens com Charley" e com "A um Deus Desconhecido" em que me surpreendeu a espiritualidade que a sua visão da natureza comporta, menos evidente no seu companheiro Charley, mas explícito na árvore decepada de Wayne, comprovando, aos meus olhos adolescentes, a existência de uma alma colectiva desprovida de intenção.
Com "Ratos e Homens" a luz brilha em Lennie. O sonho americano é aqui retratado como ele é realmente: um sonho de vida, de futuro, de prosperidade, inúmeras vezes incumprido na realidade dura do trabalho braçal.
Mas é muito mais do que isso.
É a chusma de gente que sonha com os milhões do totoloto, é o taxista que junta para comprar uma terra na aldeia, é o varredor que espera encontrar a fortuna entre o restolho, é o advogado que almeja singrar, sou eu que sonha fazer a diferença.
"Ratos e Homens" não representa um qualquer passado longínquo ou uma realidade geográfica. Representa o homem como ele é: sonhador, e o seu resultado habitual: o fracasso.
O realismo de Steinbeck é assim, espiritual, mas muito cruel. O realismo de Steinbeck, não é dele, é da condição humana.
A não perder.
Já o havia folheado anos antes quando, contrariado, tive de passar os olhos pelo "A Pérola". Por essa altura intrigou-me o título, menos as primeiras 2 ou 3 páginas do romance, deixando-o.
Steinbeck já se havia apresentado anos atrás com "Viagens com Charley" e com "A um Deus Desconhecido" em que me surpreendeu a espiritualidade que a sua visão da natureza comporta, menos evidente no seu companheiro Charley, mas explícito na árvore decepada de Wayne, comprovando, aos meus olhos adolescentes, a existência de uma alma colectiva desprovida de intenção.
Com "Ratos e Homens" a luz brilha em Lennie. O sonho americano é aqui retratado como ele é realmente: um sonho de vida, de futuro, de prosperidade, inúmeras vezes incumprido na realidade dura do trabalho braçal.
Mas é muito mais do que isso.
É a chusma de gente que sonha com os milhões do totoloto, é o taxista que junta para comprar uma terra na aldeia, é o varredor que espera encontrar a fortuna entre o restolho, é o advogado que almeja singrar, sou eu que sonha fazer a diferença.
"Ratos e Homens" não representa um qualquer passado longínquo ou uma realidade geográfica. Representa o homem como ele é: sonhador, e o seu resultado habitual: o fracasso.
O realismo de Steinbeck é assim, espiritual, mas muito cruel. O realismo de Steinbeck, não é dele, é da condição humana.
A não perder.
Sem comentários:
Enviar um comentário