1.13.2006

O Perfume

O olfacto é um dom para quem o tem e uma benção para quem não o possui!

De facto, assim é. É óptimo sentirmos o olor alheio quando de bom tom, aquecido em dias frios e refrescante nas manhãs quentes!
E que dizer do senhor cavalar que, em jejum, trás consigo o esplendoroso rasto a solfamida corporal, vulgo Patchuli!? Tem, portanto, possibilidades dúbias.

Assim acontece com quem se cruza com o improvável, todos os dias!

Em plena actividade matutina senti uma fragrância que, há muito, se tinha evaporado do meu imaginário.

Menina sorridente, maior em idade e pouco mais, tem o estranho hábito de trazer agarrado a si o tristonho e enfadado tresande a naftalina. Esse cheiro esbranquiçado e roliço cuja configuração é consentânea com os gases libertados.

Motivado, por ventura, por um qualquer insuspeito baú, é o cheiro que melhor lhe assenta em humildade e simpatia, confirmada pelas rendinhas que enverga.

Não se veste bem, não se pinta, não é atraente, não tem vivacidade carnal, não cheira a vida, é uma preposição de mulher, é o que é, sem rodeios.

Assim se vive, em volta da naftalina!

4 comentários:

Miguel de Terceleiros disse...

Uma gaja dessas tira cacete e povoa o nosso inconsciente nas alturas mais impróprias!
Que arrepio só de imaginar

Sukie disse...

não gosto do cheiro a naftalina nem de perfumes muito fortes. Uma ligeira fragância pouco doce, daquelas que são perceptíveis quando o cabelo é sacodido ou quando se encosta o nariz no "cachaço", mas nunca quando a pessoa tá simplesmente a passar na rua. Esse discreto odor em conjunto com a nossa essência natural, é simplesmente perfeito.Bjs.

1entre1000's disse...

Fiquei desiludida quando vi o titulo do post pensei que ias falar do livro "O Prefume", dos meus livros favoritos de todos os tempos... mas afinal não...:(

1entre1000's disse...

"O Perfume" queria eu dizer...