O movimento artístico que designamos por Renascimento, nasceu na Península Itálica, em Florença, nas primeiras décadas do século XV.
De momento, iremos apenas abordar a questão dos seus princípios formais, deixando a justificação do seu aparecimento, para notícia posterior.
Este movimento, complexo e variado, estabeleceu novos princípios de representação, novos métodos de trabalho das formas e, sobretudo, tipificou formulações originais, tanto ao nível da (re)criação de cânones, quanto ao nível da proporcionalidade como medida de todas as coisas.
Tais concepções formais, provêm de duas fontes primordiais: por um lado, a reutilização, após quase um milénio de interregno, das concepções clássicas - motivado pela descoberta de vestígios arqueológicos gregos e romanos, como é exemplo conhecido o levantamento do conjunto escultórico de Laoconte -, por outro lado, inicia-se, de forma corrente, a aplicação, às artes maiores, da perspectiva, descoberta técnica cujas regras de desenho e matemáticas permitem reproduzir o aspecto real da sobreposição dos objectos no espaço.
A requalificação dos ideias gregos e romanos, viu na arquitectura, que dispunha de monumentos clássicos visíveis como fonte de inspiração, um campo privilegiado de difusão, apoiando-se em leis construtivas e decorativas estritas, reproduzindo e reavivando os conceitos clássicos.
O segundo elemento, a perspectiva, foi apenas o mais visível de uma série de descobertas artísticas revolucionárias, como a pintura a óleo, a preparação dos frescos através de cartões, a redescoberta das estátuas equestres, o achatamento dos baixos relevos, os tirantes metálicos nas abóbadas, entre outras. Quanto à perspectiva, permitia um maior realismo na representação, propiciando, novos conhecimentos científicos por parte do executante, sendo, por isso, o percursor da emancipação social e profissional do artista.
De artesão afecto a uma guilda medieval, torna-se indivíduo criador, artista com uma percepção da realidade e sua compreensão pessoal, apesar do respeito pelos cânones representativos. Porém, não demorará muito até que estes mesmos padrões comecem a ser postos em causa, em detrimento de outra realidade idegável, a construção mental do objecto que viam...
continua...
1 comentário:
estou a tomar notas, setôr!:)
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