1.02.2013

e mais coisas de ler

Ao contrário da capa da mini-série de Joaquim Leitão, a encadernação do "Até amanhã, camaradas" é algo insipida, bem diferente do miolo cativante que reveste.

Do editorial Avante, que sempre nos chama para o vermelho vivo doutrinal, apresenta composição gráfica de uma sobriedade tocante dando, até, certo corpo ao enredo que num fôlego se folheia.

É um livro austero. Sem querer ser um instrumento de propaganda, não deixa de a fazer, numa ambiência de permanente conluio anti-fascista que nos trouxe até aqui.

Aprecie-se, por entre a trama inquietante dos homens sem nome, tanto as descrições da sociabilidade rural e simples da populaça, quanto os apontamentos místicos que envolvem as personagens revolucionárias.

Para quem, como eu, não viveu esse tempo, fica um retrato muito interessante do país que me gerou, não só pobre e comezinho, mas também lutador diário, ora por batatas, ora por ideais.

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