12.21.2005

O Amor

Definir o amor, não é fácil: é pessoal e intransmissível.

Tudo o que é escrito, é redutor. Apenas simplifica o seu verdadeiro significado - algo sem chama - mesmo que nos faça corar ou lacrimejar, há medida que os olhos vão absorvendo os elos da mensagem.

Formalmente, a palavra Amor, tem vários significados, dos quais destacamos:

sentimento que predispõe a desejar o bem de alguém; sentimento de afecto ou extrema dedicação; apego; sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos; atracção; paixão; inclinação; relação amorosa; aventura; adoração; veneração; sensação semelhante à provocada por droga; estado de embriaguez; prazer total; felicidade na presença do enamorado e tristeza na sua ausência...

- Bom, o que é então o amor!?

Será esse sentido de obsessão, essa dedicação cega pelo outro, compreensão total, paixão desenfreada, um charrito de vez em quando!?

- O que raio é o amor!?

Não sei.

Reduzir a palavra a todas aquelas significâncias de compreensão, respeito, carinho, é reduzí-la aos seus sinónimos, algo que é parcial e não completo.

Porém, definí-la como uma dor que aperta o coração e deixa marcas eternas é dizer que, quando se ama, esse sentimento é irrepetível.

- Então o amor será o quê, precisamente?
Talvez um contentamento descontente que só se sente no final da vida, uma espécie de infusão final que nos dá alento para enfrentar a morte... Então a palavra é para a vida ou para a morte, e que dizer dos que nem sequer pensam nisso, nunca amaram!?

Parece acertado pensarmos se amamos ou não quando no leito final, mas o que podemos fazer, aí, para remediar isso!? Nada, apenas constatar... Será o Amor tão malévolo que apenas o podemos consentir e nunca o concertar!?

Perguntas e mais perguntas fazem pensar no sentido da vida, mais do que no sentido do Amor, afinal, pelas várias significações, ela não é mais do que um sinónimo de vida, de impulso vital, quando constatado, quando sentido, quando diferenciado, quando inspirado, quando definido por dicionários, poemas, romances, frases, palavras...

Amor é Amor, sem significado simplista nem consciência de sentimento, é impulso biológico, impulso de luz, tal como a vida, é o sentimento na sua pureza natural, na sua essência mais espiritual, na sua faceta mais inocente e verdadeira.

12.16.2005

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa

12.14.2005

Pensamentos transviados

Não obstante a minha impertinente moléstia das hemorróides, que me embaraçou no passado responder à estimadíssima carta de vossas senhorias, e tem sido tão forte e continuada, que há mais de dez dias me não deixa sair de casa (...)

MANSILHA, João (frei). Correspondência avulsa à Companhia - 23 de Janeiro de 1771.

12.13.2005

Suspiro!

Sem tempo para grandes empreendimentos aplicáveis ao meio físico, resta-me pensar, e mesmo isso por vezes é conflituoso, pois a balança anseia equilibrio, e na falta do (re)confortante tempo a coça-los, ou a bebê-los, elevo o "prato" do mesmo na inocuidade, e lá vou enchendo o "prato" oposto, pensando, nem que seja só nisto.
Este "prato" (cheíssimo) passou a ser o do dia, mas de variedade imensa, sinto-me envelhecer, o tempo que disponho é maioritariamente a pensar preocupadamente e não despreocupadamente como antigamente, como no tempo do "que se foda", "hoje não vou", as variáveis preocupantes acumulam-se, e mesmo sendo de índole alegre e predominantemente "despreocupada", as preocupações potenciam o "g" na equação P=m.g.... foda-se
Faltam-me pessoas, As pessoas... mas eu não tenho receio, confiante de que emergirei sempre sob a aura da minha alegria e despreocupação, pois vale a pena, eu valho a pena para essas pessoas, e elas valem a pena para mim.
Aos meus amigos e irmãos... Ni!

Antes e Depois

Ao vasculhar velhos papéis, deparei com uma pequena relíquia que me pareceu mais contemporânea do que, à partida, pareceria.

É uma singela ficha de leitura sobre as origens da Revolução Francesa de 1789. Preconiza o contexto (entre 1787-1789) que terá levado ao enlace revolucionário, a nível financeiro, económico, social e político.

Apesar do risco de anacronismo, penso ser interessante reflectir sobre a efervescência da altura e sobre a que vivemos nos dias de hoje, uma sociedade mais civilizada, conformada e (des)interventiva, mas preocupada com o amanhã e em busca de novos ideais, à altura, solucionada com a bombarda ideológica – a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Na segunda metade do século XVIII, em pleno cenário francês, sentia-se um clima de crispação generalizado, movido por um vazio de poder efectivo sobre os velhos levantadores de massas - a nobreza e o clero.

Estes, tinham grande relutância em ver os seus privilégios diminuídos pela imposição de novas contribuições à coroa. É que, há altura, falava-se na criação de impostos sobre a propriedade, posse exclusiva das elites.

A sociedade, dominada por corporações burguesas que exerciam pressão sobre a decisão real, pretendem tornar-se hegemónicas, numa corte nobilitada que, a todos o custo, tenta manter a sua posição monopolista conselheira, ao fazedor de leis.

Um novo mundo dá, agora, os primeiros passos: o latifúndio dá lugar à força do comércio e, nesse sentido, a burguesia, proveniente do Terceiro Estado, vê o seu poder justificado pelo apoio popular.

Os anos agrícolas, fracos, não respondem ao aumento do número de bocas a alimentar, levando à fome e ao desconforto e com isso, aumentando a instabilidade e debilitando a noção do poder como disposição divina.

Como contraponto, o atraso industrial e comercial em relação aos insulares, não permite a competitividade dos seus negociantes. No caso vinícola, o crescente comércio dos vinhos de embarque do Alto Douro, em Inglaterra, irá sobrepor-se aos líquidos franceses, em anos climatéricos difíceis para a pureza do néctar.

Os acordos com os Estados Unidos da América independente, no sentido de abrir os portos das Antilhas aos seus produtos e o Tratado de Édem com Inglaterra, veio piorar a situação, uma vez que o mercado transatlântico não se fidelizou aos produtos e o autóctone, viu-se a braços com uma inundação de artigos britânicos de melhor qualidade e preços mais competitivos.

As falências, o desemprego, os baixos salários levam à indignação popular, primeiro passo para extremarem-se posições. Da motivação à destruição é um passo e, no clima de conflitualidade que se vivia na época, as injustiças saltam à vista.

Cresce a contestação à intocável hierarquização desigual das ordens sociais, o poder, mal distribuído, é contestado, os poderes instituídos impedem a modernização, o regime feudal nos campos, impede a liberdade de plantio...

A Revolução Americana de 1775, era a inspiração e tida como uma lufada reformista aos conspiradores que viam no Antigo Regime e no absolutismo, um entrave ao avanço comercial, científico e cultural do país, bem como ao acesso ao poder a que aspiravam.

A massa popular jovem, mais interventiva, via-se desempregada e revoltada com a inércia social que não entendiam. Foram precisamente elas as manipuladas para levar a revolução a bom termo. R.Rémond, designa-as como os motores da revolução.

Por seu turno, a carcaça autoritária, preocupada em manter o poder a todo o custo, repele os intentos renovadores, aumentando, assim, a instabilidade e gerando hostilidade.
Luís XVI joga pelo seguro, colocando-se fatalmente, ao lado da nobreza... Irá custar-lhe a cabeça...

Gira e torna a girar a vã estória dos nossos actos!

12.12.2005

Delicatessen!

Nice Legs

Machadadas democráticas

Em visões televisivas dominicais, fiquei a saber que o canal do Estado apoia dois candidatos à Presidência da República.
Um, com maior projecção, martela na esquerda, tentando dividir votos pelos 4 magníficos e, com isso, mantendo uma confortável vantagem do salvador em relação aos demais.
Outro, às segundas, trina baixinho em favor do ancião, chamando a si votos dos indecisos da esquerda e, com isso, tentando uma segunda volta difícil de acontecer... é que os portugueses ainda não se livraram do síndroma sebastianista!
Assim sim, há imparcialidade no canal público, é só escolher os comentadores correctos...
Mais a mais, que dizer dos outros candidatos renegados pelos media!? Verdadeira machadada democrática, isso sim!

12.07.2005

Bojardas!

Ontem, em audições radiofónicas, sintonizei a Prova Oral, na Antena 3. Programa sobre blogs, especialmente sobre mais um que publicou.

Aproveito este nosso cantinho recôndito para bojardar algumas considerações existenciais que me assomaram naquele momento.

Antes de mais, é de bom agoiro a profusão de livros tendo por base as inúmeras arestas existentes, parece-me ser sintomático de uma lufada de ar fresco na poeirenta papelada que começava a cair em desuso.

Nova interessante e pertinente, também, o facto destes formatos estarem na moda e de já prognosticarem o seu fim... é que no início do século XX fez-se o mesmo em relação à arte e ela aí está, a clamar por atenção.

Porém, nem tudo são rosas... Pseudo-intelectualóides alternativos [obrigado Gaja Boa pela dica] dizem que não têm tempo para ler outros blogs da pseudo-comunidade. Manifestam a sua falta de disponibilidade para se divertirem ao ler um ou de reflectirem ao passar os olhos por outro... É triste a realidade desses que não têm tempo para, sequer, navegar dois minutos por outros locais onde nunca passaram e onde sabem que não voltarão!

Será que esses ditos pseudo têm tempo para respirar, é que quem escreve por cá e não visita outros similares ou divergentes, não deve ter tempo sequer para os lavar no bidé (ou bidet?)!

E que dizer daquela mania imberbe dos que pretendem ser, pela publicação de uma resma, escritores? Será que nunca provaram canja de galinha!? Será que ainda não perceberam que, para se ser escritor, precisam de consultar o dicionário da língua portuguesa!? Será que têm a veleidade de se auto-carimbar sem referências!? E que dizer do sentimento dilacerante de, ao ler os verdadeiros, perceberem que nunca conseguirão escrever assim!? Não lhes dói ou não sentem o toque!? São insensíveis à dor!? E consciência, existe!? E pudor, sabem o que é!?

Isto tudo para dizer que tem sido por aí publicada muita barbaridade, numa política pouco qualitativa de edição, que me parece enganosa e capaz de desacreditar o livro como espaço de boa escrita - literária ou não.

O descrédito é geral, mantém a venda dos clássicos, é certo, mas coloca os novatos promissores, numa posição inglória (essa mesmo!?) pelo mediatismo e pela sobrevivência literária...

Que sirva a quem de direito, porque isto de bojardar é para quem quer, não para quem pode!

12.02.2005

Olhos matinais

Em plena padaria, pela manhã, a tomar o pequeno almoço ensimesmado na minha meia de leite, começo a aperceber-me da existência de sussurros e murmúrios à minha volta.

Os ouvidos, como que fechados ao som exterior, começam a adaptar-se à azáfama que percorre o exíguo espaço.

"Aaaaaaí! Eu vi logo que era o meu bruninho!! Eu disse para comigo, aquele é o meu bruninho!!! Aí que lindo que ele está!!! É o meu bruninho!!!! Dá cá um beijinho bruninho!!!"

Salto a pensar que a senhora se preparava para lambuzar a cara do coitado do rapaz que as estava a servir.

Os dentes amarelecidos por resmas de cigarros que trincou, o fumo cuspido enquanto fala, a subir pelas narinas, dá-lhe um ar dragonesco. Do outro lado, um cheiro acre a perfume bolorento, faz-me notar na cabeleira loira da senhora que toma o seu galão, ondulante e, concerteza, habitada por aqueles pequenos e estranhos homenzinhos de chapéu bicudo vermelho!

Em frente, um sujeito de bigodaça proeminente, começava já a puxar do maço, pronto para me atafulhar de fumo logo pela manhã...


Fujo, fujo como se não houvesse amanhã! (Mas paguei a conta!)

Há dias que começam mal, ou então, vemos o mesmo cenário com outros olhos, todas as manhãs...

11.29.2005

Saudoso tasco

É com grande preocupação que escrevo este texto. Ao longo dos últimos anos temos vindo a perder um dos maiores icones nacionais, o tasco. Sim, aquele local de cheiro ácido, entranhado daquela imaculada imundice, em que pontas de cigarro pintavam o chão. O tasco do homem calvo, bigode farfalhudo e nariz vermelho, vestido com um avental que um dia tinha sido branco e que mostrava as marcas do seu esforço em preparar sandes de rojão. Gajos como eu, passamos a vida a ouvir falar desse local mitico onde os nossos pais e avós moldaram a sua virilidade e figado sob a força do vinho martelado. E agora, que me sinto homem suficiente para debater a politica raesense (tino um grande abraço) vejo-me vitima da gasolinização. Vá-se lá perceber estes tempos modernos que revolucionaram os hábitos e costumes portugueses. A ventoinha de pás verdes e aros de metal substituida por um ar acondicionado. As mesas quadradas que tantas cartas e dinheiro viram bater deram lugar a uma mesa alta e redonda sem o conforto das cadeiras de madeira tosca desgastada pela força do uso. O tasqueiro tirou o avental e vestiu um pólo cinza com letras laranjas.
Este lugar estranho, limpo e luminoso, remeteu o tasco português para os livros de história.
Espero com isto, que os jovens e adultos portugueses, quando se encontrarem na gasolineira mais próxima possam perceber que um dia existiu um lugar que eles podiam chamar seu.

Já somos uma banda larga!

Banda Larga para todos!

Estamos em desenvolvimento, somos agora três, LOSTSOUL, novo Team Member, chegou para postar!

11.28.2005

Pensamentos transviados

A todos vós meus irmãos, comunico que devido ao surto epidémico que está a assolar o mundo, este ano, na quadra natalícia, não haverá missa do Galo.

BENTO XVI (2005). Discurso domingueiro.

Vaticano: Plenos Pulmões e Pantufas PRADA.

11.25.2005

O Castelo de Noudar


O relâmpago flamejante na planície cerrada, surpreendia a solidão e dava alento para mais um dia no deserto de palavras que implicava a estada em tal latitude.

Pela manhã, os bons dias eram oferecidos a todos, por esvoaçantes que, sem receio, deambulavam pelas muralhas avulsas esquecidas de todos.

Alguém se havia lembrado delas, no início do século, pelo que havia sido classificada Monumento Nacional. A partir daí, abandonada, apenas o balir e o latido acompanhavam a lenta degradação das estruturas.

A população que encerrava, havia partido há muito, sem saudades do regresso, tal a lonjura da civilização. O motivo, diz-se, terá sido um epidemia que dizimou a população e que a fez procurar outras paragens.

Situado na terra de ninguém, entre Portugal e Espanha, era posse obrigatória para quem quisesse dominar a região, pelo que as batalhas sucederam-se, até à assinatura de paz em 1668. Bom, não terá sido bem assim, em 1894, a contenda entre os beligerantes, foi sanada por acordos carimbados a sangue, irmanando, para sempre, o que era de cada um.

O castelo, isolado, deixou de ser preciso, deixou de ter significado, pelo que o esquecimento natural de quem vive o dia a dia o tornou cada vez mais distante e inacessível.
Vive, actualmente, da sua paisagem, do isolamento, do peso do passado ainda por explorar. O ambiente sinistro marcado por fantasmas de outrora aí tombados, pairam errantes por entre o vento que gela os corpos à sua passagem.

A paisagem verdejante acalma o espírito, pintalgada de vida e de cheiros ondulantes, é toda ela dinâmica com a brisa que sopra, trazendo sons longínquos e imperceptíveis ao ouvido, mas reconhecidos por quebraram o silêncio avassalador que impregna o ar.

Num espaço esquecido, tudo é volátil, apesar do vento levar a mensagem da sua existência, a corrente de pensamento, longe de imaginar a sua existência, e de se dedicar a assuntos da memória, deixa-a escapar, até à ruína...

Assim vai o nosso património.


Fotografias gentilmente cedidas por Raquel Neves.

11.18.2005

Pausa por uns dias!

Rumo ao obscurantismo, cá vou de novo, voltarei em breve!

Chegado de Valhalla...



Chegado de Copenhaga, onde contrai, uma gripe, ou se não daí, talvez de uma rameira viciosa com quem me cruzei, "either way", aqui fica o principal foco de interesse desta minha curta estada em København, a Gliptoteca Ny Carlsberg, exacto, o da brewsky!

Depois de uma noite debatendo-me com os demónios gripais, lá ganho coragem para deambular pela cidade, e então, munido de um copo de café a ferver como única arma para enfrentar o monstro de 4 graus célsius, lá vou à Ny Carlsberg Glyptotek.

Nem de propósito, neste curto período em que me encontro em Copenhaga, está patente uma colecção de peças do período Amarna (Egipto), que por acaso é dos aspectos que mais me atrai na historia social e artística egípcia, por razões que poderei explanar noutra altura. Como tal fiquei encantado e com o dia ganho. Por outro lado, devido a obras, parte do museu está interdito obrigando a direcção à solução chamada "Gliptoteca compacta" exibindo as peças de maior relevo. Seja como for, fica aqui a impressão extremamente positiva de um museu excelente, com um espólio espectacular, do qual destaco a ala impressionista bem dotada de Manets, Gauguins e Rodins, para além das esculturas clássicas e pré-clássicas, Francesas e Dinamarquesas, aliás, a base do espólio dos Jacobsen (patronos) e razão do nome Gliptoteca (Colecção de Escultura).
Edifício espectacular, pessoal de simpatia extrema, muito agradável, a ver! ... Ni!

Novas entradas

Em viagens pelo mundo blogueiro, novas entradas de qualidade chegam ao nosso recanto mal amado.
1 entre 1000's é a face do Entetantuus, em movimento desde Julho de 2005. Na sua postada inicial, coloca algumas questões existenciais, logo respondendo-se com o seu mau feitio: será que vou ser uma ovelha negra nestas estradas cibernauticas???... Sinceramente não contem com isso, tenho mau génio mas nada incontrolável!
Cultossaurus, manietado por Raddagast, imberbe, dedica-se ao outro lado da arte, àquela obscura e indefinida, tantas vezes renegada pelos puristas, antes neo-academistas.
Ambos, a não perder!

11.17.2005

A vila

O ar rarefeito e frio dá vontade de abraçar os cobertores e de lá não sair. Cá fora, o ar cortante é a única companhia da vila deserta. De quando em vez um sussurro por entre o casario amontoado perturba o silêncio.

A casa, gélida como o exterior, vazia como as quingostas apertadas, oprime qualquer vontade criativa... Não apetece sair, nem entrar, passear ou relaxar, apetece apenas não estar, não fazer, partir e não voltar àquela terra maldita que a todos dá um ar taciturno e triste.

Cá fora, em tascos típicos mas limpos, a população, envelhecida, junta-se para falar sobre o breu que faz ou para contar o que já havia ouvido vezes sem conta. A praça da Liberdade, o centro quadrangular, está deserto, apenas da Associação Recreativa e do Café Central se ouve o difuso ruído de uma qualquer discussão em torno de velhos hábitos.

Pela manhã, o frio continua, as pessoas, activas na sua indolência, atarefam-se com o nada que têm para fazer.

Gente embrutecida e enfadada com o marasmo da vila, não tenta mexer ou mudar o que quer que seja, apenas ir vivendo, sem esperança no futuro, sem ambições excêntricas que as gentes da cidade têm, nem com vontade de mudar o mínimo pormenor da sua passagem já delineada, mesmo antes de nascer.

Aqui se sente a força do destino. A languidez domina as acções, tudo mexe de vagar tentando não alterar a ordem instituída. Caiadas de branco com lista inferior amarela, o casario idêntico define bem a forma de estar dos conterrâneos.

A paisagem tranquila e majestática, pintalgada por pontos esvoaçantes, faz-nos sentir a força do pensamento e da inércia de não querer deixar de a ver. Chaparros corajosos pontilham o solo, dando guarida aos poucos bovinos que se protegem das pingas verdejantes. A vida começa a despontar, após a manta tórrida que cobriu a paisagem durante a estiva.

Terra esquecida pelo país e pelos próprios habitantes, é um lugar de ninguém. Do país, longínquo, apenas ouvem falar das cidades, de uns tais bairros e aglomerados que nada têm a ver com a sua realidade caseira, ouvem algo sobre problemas sociais e crises existenciais que não se adaptam à sua verdade, essa de solidão e de sorriso difícil.

Realidades distintas estas do quadrado pequenino à beira mar plantado, farto em pensamento, parco em acções...

11.11.2005

Finalmente chegou a avó Micas

Chegou a avó Micas!

Mulher madura, de convicções fortes e contestatária, é uma mulher de outros tempos. Vem da longínqua Macondo, a terra da solidão empedernida que predestina uma vida lânguida e taciturna aos seus habitantes.

No corpo trás as marcas de outras batalhas, guerras entre mulheres à cata do melhor macho, aquele rechonchudo que dominava a aldeia.

É coxa. Conseguiu essa proeza ao encavalitar-se num escadote, tentando chegar às romãs luzidias que esperavam ser colhidas. Conseguiu, portanto, conciliar o seu nome com uma realidade: todas as Micas são coxas.

De facto assim é, coxeia ligeiramente pela fractura mal tratada e calcificada que lhe ficou, para sempre, como sinal de uma juventude de traquinices e de amores mal resolvidos, que lhe deram um olhar triste e um clamor constante por tempos que não voltam.

Outra das suas particularidades é a enigmática orelha ratada. Muito se conjectura sobre ela e muitas estórias circundam esse sinal. Uns dizem tratar-se de um sinal místico, colocado para marcar, para sempre, a figura maligna que a queriam ter feito, por cobiça... mas o seu temperamento dócil deitou por terra todas essas cochicharias.

Esse mesmo bom feitio foi alvo de outra teoria. Dizia-se que um dos seus inúmeros amantes, no calor da acção, terá arrancado parte da sua orelha. Mas nunca se viu um curativo, uma mazela recente no seu abanico.

A própria, em tempos, teorizou sobre isto, dizendo que se lembrava de, à nascença, em pleno berço, sonhar com a passeata de um roedor: levou-a a andar em carroceis fantásticos, quando nunca os tinha visto, e que lhe tinha oferecido um gelado dessa mesma máquina de fazer gelo que Melquíades havia trazido, muitas décadas antes, para outra povoação, com o mesmo nome, mas do outro lado da terra.

Nunca se soube que era feito do recorte que faltava, o que é certo é que ainda lá estão marcados como serra, dando-lhe um ar misterioso e estranhamente sensual, apesar da idade.

Noutros tempos foi elegante e esbelta. Assediada pelos jovens das aldeias vizinhas, acedia aos seus recônditos desejos, sem pudores e sem medos da condenação social que olhares invejosos lhe faziam.

Hoje, velha e encarquilhada, apenas os jovens lhe dirigem a palavra para ouvir a sua voz ritmada e trinante da experiência acumulada ao longo de muitos anos de tropelias sexuais. Rapazes filmam na memória as histórias, para mais tarde recordar no recanto do seu quarto, raparigas coram e fazem o mesmo, sem pudores, falando do seu corpo, das suas vontades e dos cuidados necessários à fornicação prolongada no tempo.

A avó Micas é assim, livre e vivida, como poucos conseguiram ser na aldeia que prendia vontades e soltava enxofres sedativos para tranquilizar os seus habitantes.

Está lá em casa, para animar as hostes!

11.09.2005

No comment

Espaços sob a égide do desejo

Alguém dotado intelectualmente, propunha, à tempos, a existência de padrões que dirigiam a vida das pessoas, como se uma espécie de predestinação cíclica deixasse antever uma conduta ou uma linha de actuação - pelo menos, assim entendi as suas palavras.

De facto, outras ideias emergem.

Quanto a mim, as referências são a base da existência humana. Somos o que comemos! Alguém dizia com autoridade.

De facto, assim é. São os referenciais que nos transformam no que realmente somos, não um ou outro acto, mas o conjunto de coisas que, ao rodear-nos, nos foram moldando, continuamente.

São elas que determinam o dia-a-dia social, mesmo que a justificação para actos não seja visível.

Esta problemática, actual, leva-nos a questões de fundo no que se refere à sociabilidade e à forma com a interacção grupal acontece.

Qual a fora correcta de agir em sociedade!? É uma questão sem resposta (daquelas a que um demagogo responderia: - Ainda bem que me faz essa pergunta!).

Apenas podemos dizer que todas são possíveis, desde que os desejos sejam realizados de forma sustentável, com a obrigatoridedade de ser intenção do indivíduo cumpri-lo e não deixá-lo no assento etéreo onde subiu!

É que há desejos, que ninguém quer destruir pela execução! Lá está, é Zenóbia!

Zenóbia

11.08.2005

Distraídos Ilustres

Tucherel esqueceu-se, um belo dia, do seu próprio nome.

Beethoven fazia demoradas excursões pelas florestas e frequentemente deixava lá a roupa.

Munster, tendo posto à sua porta um letreiro dizendo que o dono da casa estava ausente, deixou-se estar ali muito tempo à espera do seu próprio regresso.

Conta-se que Serpa Pimentel, chegando uma vez a casa molhado até aos ossos e com o guarda-chuva a escorrer, a primeira coisa que fez foi meter o guarda-chuva na cama!


António de Serpa Pimentel (Ministro da Fazenda e Finanças - 1879)

Assim acabámos a viagem pelo dito Almanaque, seleccionando um conjunto de notícias sobre individualidades distraídas.

O mote continua a ser o de divulgar informação humorística. O sentido de humor retorcido, como habitualmente, impera. Já a relevância científica deste manual é vital para a compreensão de uma época, tendo em atenção que, 88 anos depois, é o mote para pesquisas no mundo virtual sobre esta ou aquela personalidade.

É um livro preconizador que encontrarão por aí, em qualquer biblioteca do país, ex-assinante do Jornal O Primeiro de Janeiro para os anos de 1916 e 1917.


11.07.2005

Notas curiosas

No Almanaque do Primeiro de Janeiro de 1917, várias curiosidades pretendiam dar a este pequeno livro de bolso, o aspecto das revistas da Reader's Digest. Entre estas excentricidades, contavam-se as seguintes:

1 - Várias personagens nasceram com dentes, e entre eles:
- Guilherme Bigot, médico e filósofo francês do XVI século;
- Luís XIV, rei de França;
- O poeta inglês Boyd;
- Ricardo II, rei de Inglaterra;
- O grande orador Mirabeau
- E o cardeal Mazzarino.

2 - Entre 545 morfinómanos tratados pelo dr. Lacassagne, de Lyon, em França, 289 eram médicos.


Título: Mirabeau

11.06.2005

Pensamentos transviados

As crenças são como as cenouras... cada um faz com elas o que melhor lhe servir!

RATZINGER (2005). As minhas pantufas são PRADA. Vaticano: Ed. do Santíssimo, p. 2005.


11.04.2005

Os anões

Em leituras transviadas pelo Almanaque de O Primeiro de Janeiro para o ano de 1917, encontrei algumas preciosidades que nos falam do conceito retorcido de humor que, há época, imperava e da noção de conhecimento curioso que dominava uma sociedade ainda muito arreigada e comezinha.

Um desses casos é o artigo intitulado Os Anões...

Os mais notáveis anões dos tempos modernos têm sido:

O conde Borouloski, que era um polaco, nascido em 1739, de muito espírito, de elegantes maneiras, tinha de altura 90 centímetros.

Richebourg, um francês, que nasceu em 1768 e viveu 90 anos, morando em Paris com grande celebridade, tinha de altura 80 centímetros.

Thum Thumb, um americano, nascido em 1839 e casado com uma anã também americana. Ele tinha 85 cm. e ela 87.

Cha-Mah, um chinês, que floresceu de 1838 a 1868, tinha 81 cm.

Lucia Zaratti, uma americana, que se mostrou na Europa em 1873, bonita e admiravelmente proporcionada, tendo de altura 60 cm.

O general Mite, um americano, muito célebre que, depois de se expôr em toda a Europa, viva em Londres com grande luxo, tinha 67 cm. de altura.

Título: General Mite

10.28.2005

Espaços simbólicos

Tudo tem um sentido, uma simbologia própria, uma destacável forma de estar, um padrão! Antes, muita coisa é baseada em parâmetros construídos mentalmente e sem fundamento experimental.

A ideia de algo soar a, é a verdade neural sobre algo que pode não o ser, que pode ser imaginada ou apenas reflectida sem, no entanto, ser consentâneo com o que é verídico.

Mas as regras do jogo mudam, a diferença e o seu conhecimento, faz-nos pensar no paralelo como um contra-ponto... é o tal vasilhame que passa a ser de tara perdida, descartando-se para um qualquer contentor, despojado de conteúdo e sem o conteúdo que lhe dava objectivo... fica esquecido e passa a integrar outra qualquer coisa vitral!

A verdade, ainda que incompreensível e rebuscada, não deixa de ser, apesar de una.

Se a verdade é parametrizada e se ela é posta em causa, qual a chave que abre a porta da realidade!?


Zoé é assim!


Espaços desejados



Fedora é um desejo de vida.

O desejo imbérbere de querer seguir outras pisadas que não a da ovelha. Seguir por ali, por onde o sino não dobra e onde as gentes não cantam ao som da concertina.

Esse desejo persegue a humanidade, desde o almocreve que ia e vinha e era cobiçado pelas suas andanças, até ao peregrino que segue viagem até à próxima paragem.

Porém, o desejo só é como tal se o mantivermos inconsistente, apenas no pensamento. Dessa forma, não deixaremos fugir uma vontade, ficará para sempre como se fosse parte de nós, uma companheira, para toda a vida, que nos dá coragem de enfrentar a tão temível cobardia, essa velha manhosa que alça a saia para mijar, numa esquina qualquer de Londres.

Estranha ironia...

Espaços mentais

Maurília, não era uma cidade, antes, a própria memória encarnada... Recordava o tempo inexorável que ainda labuta, transformando tudo à sua passagem...

- Aspectos passados já não são presentes que, por sua vez, nunca serão como suía...

Do passado, uma ténue imagem perdura, alterada, evoluida, deixando cair máscaras e construindo muros, à medida que o relógio tiquetaqueia, sem parar, até à exaustão dos dias.

De Maurília apenas restam a memória de tempos idos e o nome impedernido.


10.26.2005

Mongóis muito à frente...

O que os olhos em bico não fazem...

Experimentem e verão....

Cebolas no meu jardim...


Em plena VCI, perto da saída de Matosinhos, lá estavam elas, umas redondas, outras planas, mas todas cheirosas... como se, em substituição do banho matinal, tivesse dormido na loja, junto às tranças...

Um espectáculo triste esse de deixar cebolas no meu jardim matinal onde, todas as manhãs, tenho o prazer de me perfumar com o patcholi democrático que toca todos, bem fundo, no coração...

Chorei ao ver tão triste cenário...

10.25.2005

...


Isto de estar ligado apenas com ligação 56k não está com nada...

Mesmo nestas simplicidades reconheço que recorrentemente decartamos e desvalorizamos o antigo, o idoso, o velho, desconsiderando que sem ele(s).... nada seria. ADSL, Wireless, portátil, frenéticos tentamos estar a passo do compasso sempre enérgico, impiedoso, que de prazer só momentâneo e regogizamos para logo voltar ao básico e correr, correr atrás de mais um "chuto".

Não tenho dúvidas e tentarei ter sempre os meus momentos 56k.

Ni!

10.24.2005

Pa ti...

Happy Birthday

Livros e leituras

O livro, mais que companheiro, é um pedagogo.

Em leituras travessas, cruzei-me com Italo Calvino e as suas Cidades Invisíveis. É o primeiro que leio deste autor e fi-lo motivado por conversas transviadas que tive com uns e outros e que me punham a par de visões diversas, quanto à sua objectivação ou quanto à forma como estas foram concretizadas.

Uns afirmavam ver, realmente, mulheres em cada uma das cidades descritas, outros, impunham uma formulação matemática para a elaboração de diversas obras suas e, por consequência, desta também.

Bom, não vi mulheres, cheirei algo de lógico na obra. Vi antes sensações, sentimentos, observações que o autor faz dos locais por onde passou ou por recalcamentos socias que pretendeu verbalizar.

De forma magistral, cria a partir de elementos simples, visíveis e naturais da sociedade segmentada e incongruente que vivemos.

Penso ser essa a magnificência do livro: permite várias leituras, várias profundidades na leitura, várias acepções, várias interpretações, mas tem em vista, sempre, fazer-nos crescer ou conhecer o realidades paralelas.

Não é necessário, quanto a mim, ter apenas uma legenda, ela pode ser vista de inúmeras formas... o que importa é evoluir, de forma positiva, com o que foi lido.

Iremos, nos próximos dias, desconjuntar as várias cidades mentais, sonhadas por Marco Polo - o escritor, sem nunca sair da mesma onde nos encontramos, tal como ele as ditou a Kublai Khan - o leitor.

10.20.2005

Quando saltas!

Quando saltas do carro em andamento, sentes que já lá não estás, por isso, o toque é para ti!
Por vezes, no olhar dos que te dizem muito, sentes afastamento e, com isso, sentes uma vil tristeza que te assoma o coração e te faz postar qualquer coisa sobre isso!
Sentir que já não pertences ao tal grupo com quem pensavas manter afinidades estreitas, é devorador é dilacerante, a tal ponto de, à volta do assunto rodares, sem saires do sítio...
Mais uma vez o sentido não é o teu forte, o verdadeiro mote não é o motivo, nem as palavras, as que querias deixar fluir, sem parar, como uma torrente mínima que jorra triste e constante, pelas montanhas verticais que te envolvem ....
O destino é inexorável e muda tudo, nunca premitindo que o passado seja presente... fica sempre guardado, mais uma vez, e outra, e mais outra, sabendo que não vai voltar, sabendo que a antiga verdade nunca mais será ouvida...
Porque acontece isso!? Nunca saberás... apenas assim é, sem tirar nem por, até que novos futuros se abram e novas formas de ser, te permitam perceber o presente, esse que desonheces, apesar das certezas, ou pelo menos, do que achas que são verdades...
Revolta-te o facto de não fazer sentido, mas, sabes tu o que isso é? Sabes, no fundo está lá tudo, pela forma atabalhuada com que as palavras se sobrepõe umas às outras... Mas também, que é isso de correcção, de ponto, de regra, quando a única lei que deves seguir é a do sentimento? Deixa-te ir, deixa-te levar pelo que flui aí por dentro, algures, e serás tu mesmo, sem enganos, sem erros, com as tuas dúvidas e anseios, com os teus desaires e sabendo que o grupo muda, evolui sem saberes se ficaste para trás ou se te adiantaste em demasia...
Isto é vomitar, 100 anos depois do silêncio, da tal solidão de que falavas, sem saberes que, ao descreveres o inverosímel, estás-te a referir a ti próprio, nu! Deixa, essas personagens são todas tu mesmo, são o que sempre sonhaste ser, viver sem dizer aos outros, sentir sem o admitires...
És tu próprio, se gostam, óptimo, se não, que se fodam!

Livro (sugestão)

"A aventura humana tem uma finalidade.
Não acontece ao homem o que ele merece, mas sim, o que se lhe assemelha.
O mundo não é absurdo e o espírito humano não é de forma alguma inapto para compreendê-lo.

Pelo contrário, pode ser que o espírito já tenha compreendido o mundo, mas ainda não o saiba.
O homem é feito de mistérios e visões. O mundo exterior é pouco instrutivo, a menos que seja visto como um reservatório de símbolos com significações escondidas
É evidente que o homem não tem conhecimento de si próprio à altura do que ele "FAZ".
E se não o tem é porque a organização social o priva, baseado em idéias caducas.
No entanto, tudo nos incita a pensar que as coisas se modificarão rapidamente. Que a agitação das massas, a formidável pressão das descobertas técnicas, o movimento das idéias, a mudança dos antigos princípios, levará o homem a sentir nascer em si mesmo a "Nova Alma" e descobrirá a liberdade de "Poder ser Causa".
Deus criou-nos o menos possível. A liberdade de "Poder ser Causa", quer que o homem se refaça a si mesmo.
Temos a liberdade de vir a ser, no centro de uma eternidade que É, visão do destino humano ligado à totalidade do universo.
Não é a primeira vez que na história da humanidade, a consciência humana é obrigada a passar de um plano para outro. E a passagem é sempre dolorosa.
Inteligência total, consciência desperta, o homem se dirige para as conquistas essenciais, no seio deste mundo em pleno renascimento.
Começamos a perceber, e para sempre, que para o homem reconhecer, amar e servir apaixonadamente, o universo, de que ele é o elemento mais importante, é a única razão aceitável."
Louis Pauwels - Jacques Bergier in "O Despertar dos Mágicos"

Aqui está a eterna sugestão no que toca a livros. Estou nos copos.... livros? - olhem leiam o... e pronto, nunca escapa, sempre presente, mas e então, não é por isso que somos marcados por algo, pela perpetuação da sua influência em nós manifestada nas mais simples das nossas acções.

"Este livro não é um romance, embora a intenção seja romanesca. Não faz parte da ficção cientifica, embora nele se deparem mitos que sustentam esse género. Não é um conjunto de factos estranhos, embora o Anjo do Bizarro se sinta à vontade nele."

É um livro poderoso, revelador, principalmente pela forma não facciosa de como os dados são fornecidos e tratados - "«Havia uma quantidade de disparates no livro do Pauwels e Bergier.» Eis o que dirão. Mas se tiver sido este livro a provocar a curiosidade de aprofundar o assunto, o nosso fim terá sido atingido."

É, para mim, exemplificativo dos MEUS amigos, andamos por aí, à procura, e tentamos não descurar nada, é o Quiosk... desfrutem... Ni!

"«Olha, há um tesouro na casa ao lado.
- Mas não há casa alguma aqui ao lado.
- Então construiremos uma!»"

P.s. Só arranjei foto da capa da edição francófona.

Pensamentos transviados!

Desesperadamente à procura de uma identidade perdida...

ANÓNIMO (2005). Ando à procura de uma nova imagem para o cantinho. Macondo: Ed. Mini-me, p. 6345.

10.19.2005

Curiosidades

Em pesquisas transversais pelo google.com, fiquei a saber que este motor de busca varre, pelo menos, 8.060.000 páginas de Portugal, num universo de 8.680.000.000 mundiais. Portanto, 0,092 % das páginas na web serão portuguesas. Já páginas na nossa língua materna, são indexadas 46.900.000 páginas - 0,54%.
Portanto, de todas as páginas web escritas em Português, apenas 17% do total são originárias do nosso rectângulo, manifestamente parcas para a importância do espaço como construtor de uma identidade linguística.
Já em Espanha, existem cerca de 51.000.000 páginas, 0,58% do total de páginas existentes, sendo que, em espanhol, existem por volta de 113.000.000, logo, correspondem a pouco mais de 45% do total de páginas existentes naquela língua.
Assim se diferenciam realidades e assim de constrói um mapa da influência estratégica mundial de povos vizinhos.

No comment

10.17.2005

Cá merda....

Blog simpático, com masculinidade duvidosa, e dupla personalidade - uma mais latente que a outra - pretende conhecer links de outros blogs, honestos, brincalhões, sérios quando tem de ser e com idade não superior aos 93 anos de idade, para possível relação futura!

Trocando por miúdos:

Mudei o template do blog e pumba... foram-se os links!
Lá está, quem não sabe é como quem não vê!

Cá merda... demorou tanto tempo....

10.16.2005

Farfalha o farfalho, faz favor!


Cá estamos mais uma vez para aquecer as hostes com assuntos sem nexo e com actualidade duvidosa!

Após uma semana por terra de infiéis, cá estou de novo... na dos bárbaros! Sim, porque isso de conotar infiel com atraso social, é um sintoma xenófobo do outro que o designa!

Bom, por cá, já meio moçarabe, vou absorvendo conceitos duplos... por um lado, noções de alcoologia e da arte de bem se emborrachar, tão bem definido pelo doutor Ni, por outro, o umbigo alheio, que não cheguei a ver...

É uma questão cultural meus amigos... e mai nada!!!

Sentido? Qué isso!?

10.10.2005

Oooooolááááá´, mais uma vez apanhados... de calças na mão!

" Quando se bebe uma bebida alcoólica a sensação de frio na face, nas mãos, na pele, diminui ou desaparece mesmo, sendo substituída por um certo rubor, o que leva a afirmar que “o álcool aquece”. No entanto, o que acontece na verdade é uma deslocação de sangue, do interior do organismo para a superfície do corpo, por ter ocorrido uma dilatação passiva dos vasos sanguíneos cutâneos. Isto acabará por causar ma considerável perda de calor por irradiação.Bebendo álcool “para aquecer num dia de frio”, o que na realidade se dá é um aumento da temperatura cutânea (por passar a haver maior circulação de sangue) e simultaneamente, os órgãos no interior do organismo (onde era essencial haver calor) perdem calor, arrefecidos, por um sangue que volta para o interior, mais frio.Conclusão: O álcool não aquece o organismo, mas, pelo contrário, provoca-lhe perda de calor.

in Mello, M.L. et al, “Manual de Alcoologia para o Clínico Geral”, Delagrange, Coimbra, 1988.

E cá está, sempre que, ainda que por momentos, pensamos ter fincado as unhas numa pequena fatia desta vida, pensamos ser senhores de algo, inchados pela recompensa da clarividência auto-adquirida, eis que...... REBOOT, não é nada disso, apaga e começa outra vez ao mesmo tempo que sentimos a tensão dos cordéis sob o esticão Do Marionetista.
O alcoól não aquece.... m**da!!!

10.07.2005

Nós comment e votent


Título: Vote... Salsaparrilha para bem da sua saúde! [Se não votas !%#"&$]

Objectivo: Por uma cruzinha em cada quadrado que encontrar!

Fonte: MISTELA - Movimento Independente para uma Sociedade Totalmente Endependente e Livre de Anormalidades.

10.06.2005

Ele comment



Título: Sr. Arrifana, homem doente, solicita uma oração conjunta em seu nome, pedindo que lhe concedam o milagre de ser tratado da sua limitação, patológica, em abrir os olhos.

Objectivo: Ser tratado da sua maleita.

Fonte: Judasmen.

10.05.2005

Tu comment


Titulo: Rolling Heads.

Sub-título: Domingueiros calorentos, apoiam vocalista do Agrupamento Musical "Zé Tó e os Foliões".

Objectivo: Colocar todos os votantes no mesmo cartaz.


Fonte: Câmara Indiscreta.

10.03.2005

Eu comment

Título: Representantes da Associação Portuguesa de Mal-Humorados
Congénitos, com Cabeleira Farfalhuda e Narigão Postiço - APMHCCFNP,
candidatam-se em coligação, querem tratar de mudar!

Objectivo: Acabar com os sorrisinhos e cochichos em volta dos seus membros.

Fonte: voudaquiparaali [do melhor!]

10.02.2005

Leituras transviadas!

Num desses dias em que pensamos na nossa vida macaca... dei de caras com o Dryopithecus e mais umas tantas entidades, relativas à Evolução Biológica Humana.

O tema não será esse antepassado comum nosso, iremos atentar no surgimento das primeiras teorias sobre a evolução humana.

É sabida a repugnância que conceitos científicos causavam ao sistema, intrincado, de conhecimento/religiosidade, que dominou o espírito cristão ao longo de séculos.

Este pensamento não era infundado, residia, antes, na necessidade de justificar o incompreensível, através da intervenção divina. Daqui nasceram Adão e Eva, esses mesmos que, ainda hoje, para muitos, continuam a ser os entes geradores de vida!

Focalizemos: posição de biólogos e naturalistas eram discordantes das de teólogos e, em boa parte, filósofos, quando teorizavam àcerca das origens do Homem. Para uns, evolução natural, para outros, criação divina.

Actualmente, os conceitos estão enraizados e estão perfeitamente delimitados os campos de acção de uns e de outros, porém, nem sempre foi assim...

A génese visível desta discordância, terá surgido em 1699 por E. Tyson, com os estudos anatómicos que efectuou em chimpanzés. Nestas autópsias, terá encontrado semelhanças surpreendentes entre primatas e humanos.

Num contexto de estudo científico e de valorização do conhecimento natural, de que o século XVIII é precursor, zoólogos como C. Lineu, G. Buffon, G. Cuvier, incluem o Homem no seio da classificação animal, embora considerem as espécies como seres criados no seu estado actual.

Será já no século XIX, que será dado o passo decisivo para a conceptualização do Homem como ser evoluído a partir de um estado primitivo.

Os primeiros a chamar a atenção para as modificações morfológicas dos animais, ao longo dos tempos, foram J.-B. Lamarck e Godofredo Saint-Hilaire, na obra Filosofia Zoológica, publicada em 1809, em que propunham uma evolução fundamentada na trasmissão de caracteres adquiridos.

A crença generalizada na criação do homem em 4004 a. C. é, por esta altura, posta em causa, uma vez que, no árido Egipto, Champollion havia traduzido os hieróglifos, revelando uma brilhante civilização, 3000 anos antes da era cristã.

A lógica matemática começa a funcionar e, no meio científico, a questão quanto à verdadeira data da criação do Homem, começa a debater-se com a descoberta, contínua, de inúmeros fósseis de animais já extintos, mas que coexistiram com o ser humano. Neste aspecto, as descobertas de Boucher de Perthes, por volta de 1850, terão sido decisivas.

A ideialização de uma história contínua de evolução natural, começa, então, a ganhar forma, pelo que as teorizações de C. Darwin, terão sido a pedra de toque para um volte face, sem precedentes, na concepção da evolução do Homem, como selectiva, natural, e prolongada no tempo, tal como o ocorrido com todas as outras espécies.

Continua...

9.27.2005

Obrigado, obrigado, não merecia tanto!


Cá está o excelente puff que nos ofereceram!!

A todos, agradeço a oportunidade que me deram de adormecer, não raras vezes, no dito, muito confortável e a fazer pendent com as cortinas da sala!


9.26.2005

Don't mess with Guerrilla Girls!

Re-inventing the "F" word...

Actions posters ao mais alto nível reivindicativo, não pretendem, só, livrar-se dos espartilhos, apontam também o erro e a incoerência.

Dão sentido social à arte, quando já se anunciava a segunda morte [terá sete vidas!?], numa civilização sentada que, preocupada em perceber a globalidade, não reconhece a sua individualidade e o contexto em que vive!

Beware with the Guerrilla Girls, they are watching you...


What if Hollywood made a movie about feminism? Let's hope they don't.
Copyright © 2005 by Guerrilla Girls, Inc.

9.23.2005

Pensamentos cruzados!

As eleições estão ao rubro...

No Porto, os candidatos têm divergências ideológicas acérrimas e, por isso, defendem-nas com unhas e dentes... sempre, claro, na maior cordialidade!

Apanhamos uma destas discussões, interessantíssimas, fundamentadas na razão e tendo por base o desenvolvimento da região, como se quer:

R.Rio: Go'do!

JTLopes: Go'do não, fo'te!!

R.Rio: Fo'te tu go'do de me'da!!

Enquanto isso, uma discussão de esquerda faz-nos pensar num possível pacto de regime, num futuro próximo:

F.Assis: Sô Tôr... desculpe, sô Genheiro... não é verdade... Temos precisamente 39 bairros...

R. Sá: Sô Tôr... Chico pá... Não são nada... são 43, isso era no relatório de 2001, pá! Eu ando, aos fins de semana pelos bairros, pá!

F. Assis: Sô Genheiro, tenho a certeza que são 43 e não 39 como apregoa, isso era em 2001! Já agora quanto às Águas...

R. Sá: Pára já com isso Chico, pá! Tens razão, são 43... Mas as águas não são para aqui chamadas, pá! Sejamos honestos!

9.21.2005

No comment


Título: Espião Talibã com laca, piaçaba, sem sentido estético e

vocabulário limitado.
Fonte: SIS

9.20.2005

Labuta homem... labuta!

Certo dia, Belmiro necessitou de abrir sulcos na terra. Tinha posses, por isso, em vez de os fazer, contratou os serviços de outro para o substituir.

Deu-lhe um horário de trabalho das 8:00 às 17:00 horas.

Certo dia Belmiro, vendo o seu colaborador a trabalhar na sua função, achou que este trabalhava pouco.

Então sugeriu-lhe: - Amigo, camarada, colega, já que tens 2 mãos, com uma cava e com a outra vai regando. Olhe e já agora começa a vir das 7:00 até ás 18:00 horas, é capaz de ser melhor para si!

No outro dia, Belmiro olhou outra vez para o seu colaborador e achou-o, ainda assim, pouco produtivo.

Por isso, propôs: Caro colega de luta, já que tem, também, uma boca, podia enchê-la de sementes e, enquanto com uma mão cava e com a outra rega, podia cuspir algumas sementes, para ajudar no processo produtivo. Ahh, já agora, começa a trabalhar a partir das 6:00 para poder termina às 19:00 horas, ainda há sol a essa hora....

Noutro dia, Belmiro achou que o seu colaborador deveria trabalhar enquanto fosse dia. Portanto, sugeriu-lhe que o seu trabalho passasse a ser das 5:00 às 22:00 horas (era Verão). E assim foi.

Um dia, quando o pobre trabalhador voltava a casa do trabalho, deparou com a sua mulher com outro homem na cama. O homem, chorou vezes sem conta até que a própria mulher e o amante desesperados com aquela situação, tentaram consolar o homem, perguntando-lhe porque chorava ele assim tanto.

Ao que ele respondeu: - Se o Belmiro descobre que tenho cornos, coloca-me lá umas lanternas e põe-me a trabalhar também à noite!

Enviado por email por J. P. Miranda

9.16.2005

Pensamentos partilhados

As tertúlias do Majestic, fazem-nos pensar em assuntos transviados que vale a pena passar para o papel, sob pena de serem apagados, permanentemente, da memória...

Enquanto um ilustre jornalista do Porto se ouvia a si próprio e um não menos ilustre candidato à câmara municipal do Porto, falava sem nada dizer, outros quantos, num canto, pensavam em algo mais transcendente...

[Homem do gelo com Cutty Sark, do fino, do café e do pão com presunto em forma de coração] O que pensará o tipo sobre a desburocratização dos processos de licenciamento camarário?

[Homem sem copo, a beber os restos que sobram] Ora bem... estou aborrecido... Se até ao fim da próxima semana já tiver tirado as fotografias... sou um Men feliz... Já agora, acabar o que tenho para acabar, imprimir e ir de porta em porta vender aspiradores...

[Homem do café e do líquido da Galafura] Fundos comunitários... blá, blá, blá... programas comunitários... dinheiro... equipamentos...

[Mulher do vinho do Porto, da água com gás, da outra água com gás, do pingo e do bolo de chocolate, a cair para o lado com sono] Eheheheheheheheheheh... quando é que isto acaba!?!?! ehehehehehehehe... mm, onde estamos!? qu'horas são!? que faço por aqui!? quem é aquele!?!? Quem sou eu!?!?!!? Afinal onde vivemos!?!?!!?

[Mulher com máscara veneziana a servir de... pendente] Estes romanos são loucos!!!!! Estes tipos são loucos!!!! Em que mesa fui parar!!!!

[Mulher com verruga por cima do lábio] Ai que mal educados...

[Todos, (aos berros) menos a mulher da verruga] Pior, pior era o pote... marcava o rabo... hoje é diferente... até já há uns ursinhos para onde os miúdos vertem os seus verdes!!

9.15.2005

Encontros inesperados

Encontra-se sempre alguém conhecido nos locais mais reconditos e inesperados...
Desta vez, em plena mostra asinina, um familiar do grande e ilustre detective da Zona Franca, Pingú, surgiu em frente à câmara...
Cá está ele, Sr. José João Pingú, do Vidoedo, com a sua burra Dolcineia!

9.13.2005

Azinhoso em Festa... Burros e tudo!

Fonte: Feira dos Burros de Azinhoso
Tema: Dona Inês a desancar na burra teimosa, em plena gincana
Data: 11.09.2005


Nas entranhas de Trás-os-Montes, a Feira dos Burros, no Azinhoso, freguesia do concelho de Mogadouro, ocorreu no passado dia 11 de Setembro.

Renascida o ano passado com o intuito de reavivar a alegria daquela gente e de incentivar à preservação do burro do planalto Mirandês, baseia-se numa disputa a galope, antes, a passo, por entre um percurso ziguezagueante. A gincana, feita por novos e velhos, e em que as mulheres só entram por carolice, pretende escolher o melhor entre os melhores, ou seja, aquele que é mais teimoso que o asinino que monta!

A feira aqui existente, anual, franca portanto, será uma daquelas que, em meados do século XIII, Afonso III fundou, em contraponto com as feiras semanais. Aqui, as transacções eram isentas de impostos. Duravam de 8 a 15 dias e aconteciam nas terras mais populosas, ricas ou com melhores acessibilidades.

O objectivo era a compra e venda de produtos e, para os transportar, o burro era personagem principal, já que era ele que puxava carroças ou, em albardas, carregava os produtos, mais para troca directa do que para venda com metal.

As feiras foram-se, as pessoas migraram, a terra desertificou-se e os burros deixaram de ser necessários.

Como resultado, as festas ficaram para as calendas gregas, até que a memória se encarregou de fazer os mais velhos perderem-na de vista. Ficam as histórias de tempos longínquos, a ideia de que algo animava, outrora a aldeia, sem se saber bem como, nem onde, nem porquê...

Os invernos rigorosos e os verões abrasadores sucedem-se, e às velhas histórias acrescenta-se um ponto... e outro... e mais outro. A verdade, escamoteada por entre lendas fabulosas, transforma-se em mito, em meias verdades, antes, em imaginários sustentados no que, um dia, à muitos anos, foi uma sombra com corpo...

Todo o passado, esquecido, carcomido e bolorento, perde razão, até que um qualquer encontre um notícia de um facto acontecido e o relacione com a lenda, reconstruindo a verdade. Foi o que aconteceu no Azinhoso.

A vontade, de ferro, e a necessidade de preservar o riso, a festa, o convívio e o burro mirandês, recria um episódio de outrora, esquecido à muitos anos, ali, e em muitos outros locais do país profundo.

O povo, envelhecido e taciturno, exala, de novo, o bafo da vida, mostrando, neste grito derradeiro de existência, a sua autoridade, a sua raça... a raça do Homem em extinção!

Anúncio às hostes

Por motivos de força maior, técnica, pois claro, as postas por cá e os comentários por lá, têm sido impossíveis!
Posto isto, cá vai mais uma, fresquinha, fora da casa habitual!
Muitas propriedades para v. exas.
Quiosk

9.07.2005

Do Amor e outros Demónios

A lápide saltou em pedaços à primeira pancada do alvião e uma cabeleira viva, de uma intensa cor de cobre, espalhou-se pela cripta. Estendida no chão, a esplêndida cabeleira media vinte e dois metros e onze centímetros.

É o mote do excepcional livro de GG Márquez, publicado pela primeira vez em 1994 com o título Del Amor y otros Demonios.

Desenrola-se à volta de um amor impossível entre Delaura, clérigo da confiança do Bispo de Cartagena das Índias e Sierva María, uma pequena mestiça possuída pelo demo...

É uma empolgante história de amor. Do inquieto fulgor raivoso inicial, vão-se configurando sentimentos límpidos entre duas personagens puras, cujo único erro foi viverem no tempo errado... o tempo dos homens cegos! Cegos para o amor, para a verdade e para a pureza de sentimentos de um ardente Delaura e de uma inocente Sierva, esquecidos por todos... pelos homens, pelos deuses e por todos os outros demónios...

9.06.2005

E esta hein!?

Ontem, em pleno jantar com um ilustre amigo bragançano, após uns e outros a acompanhar uma francesinha, uma notícia escaldante acerca de um conhecido apresentador de programas televisivos, acabou por vir à baila!

De idade avançada e já a ranger a placa... continua um macho sedutor e atrevido... pelo menos, é o que dizem as assistentes destacadas para o acompanhar em destinos longínquos!

Não é que o homem, mesmo acompanhado pela mulher, ainda tem pontaria para apalpar rabos incautos que se lhe atravessam no caminho!?!!?!?!

A idade não perdoa, mas a líbido... essa é eterna!

Há macho ou não há!?!?

9.05.2005

No comment


Foto: Carlos - Príncipe de Gales (UK)
Descrição: De visita à Austrália, Carlos é recebido pelos aborígenes, que lhe oferecem a ementa típica para visitantes ilustres: lagarta. Carlos, sorri, aproveitando a ocasião para fazer as pazes com os seus súbditos sulistas, após o escândalo Camila...

9.02.2005

Britain's finest treasure

Em terras de sua majestade, quais jóias, qual quê!? Valioso, é o Domesday Book, considerado, pelos súbditos, como o mais valioso tesouro dos britânicos.

O Domesday Book foi uma inquirição geral das propriedades existentes em Inglaterra, mandada fazer, em 1086, por Guilherme, o Conquistador, vinte anos após a conquista do território. De facto, existem dois Domesday Books, designados pelo Grande e Pequeno Domesday, devido à sua diferença de tamanho.

Poderíamos traduzir "Domesday" por Dia do Julgamento Final. Esta designação terá surgido devido ao facto desta ser a derradeira prova da posse legal da terra, pelo que em séculos posteriores, ele será profusamente utilizado em tribunal, com esse propósito. Não é um censo da população, uma vez que os nomes que lá estão incluídos, são apenas de proprietários de terras.

Se alguém quiseres encontrar um antepassado Normando, pelo tipo de letra e pela dificuldade no manuseamento, será melhor consultar A J Camp in My Ancestors came with the Conqueror (Society of Genealogists, 1990).

Transcrição: Edric de Laxfield detêm Dunwich no tempo do rei Eduardo [antes de 1066], como um feudo; agora Robert Malet é o seu dono. Anteriormente [existiam] 2 carucates de terra [1 carucate equivale a 120 acres], [mas] agora 1; o mar levou o outro. Sempre arado pelo senhor. Anteriormente 12 rossadores [lavradores], agora 2 e 24 franceses [colonos franceses que eram homens livres] com 40 acres de terra, e eles pagam todos os impostos neste feudo. Anteriormente 120 burgueses [detentores de terra ou casa], agora 236; e 180 mendigos. Anteriormente uma igreja, agora 3 e pagam 4£ e 10 shillings. No total, o valor é de 50£ e 60,000 arenques como presente. No tempo do rei Eduardo, pagava 10£. Também Robert de Vaux detém um acre de terra, com o valor de 8 pence. E Norman detém 1 acre, com o valor de 2 shillings e 8 pence e Godric 1 acre, com o valor de 8 pence, e ele herdou isto de Robert Malet. Gilbert Blunt detém 80 homens que eram do mesmo Robert e paga 4£ e 8,000 arenques.



8.31.2005

Perguntas retóricas

A Lei n.º 43/2005 de 29 de Agosto, determina a não contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão nas carreiras e o congelamento do montante de todos os suplementos remuneratórios de todos os funcionários, agentes e demais servidores do Estado até 31 de Dezembro de 2006.
Isto anda assim tão mau, até as migalhas aproveitam!?!?

8.29.2005

A lura do Cocab'chinhas



Para quem se dedica a estudar assuntos bolorentos, nada como uma visita ao alfarrabista para se deleitar com o prazer de encontrar, no caos organizado típico destes locais, uma peça de resistência!

O passado esconde-se por entre paredes de couro ou pergaminho, à espera que o bicho patudo acabe por ocultar acontecimentos escabrosos, capazes de corar a mais experiente meretriz...

Gente há que, na sua fundamentada demência, pretende reconstituí-lo... sente, até, prazer com isso! Como se de uma experiência Pavloviana se tratasse, a ideia de encontrar um documento belicoso por entre as resmas de papéis amontoados, faz salivar o bibliófilo incauto.

Assim acontece, em Braga, tal como em muitos outros locais, onde um qualquer cocab'chinhas procura, envolto em pó, o Seu livro Um de matriz borgiana, magistralmente referenciado pela Biblioteca de Babel.

Assim se saliva, por cá!

8.26.2005

Novas do passado!

Satélites artificiais poderão ser meios transmissores de mensagens telefónicas, ondas de televisão e de rádio?

Londres, 27.07.1960

Funcionários dos Correios Britânicos têm realizado discussões de investigação com as autoridades telefónicas da Comunidade e com a Companhia Americana de Telefones e Telégrafos sobre a possível aplicação de satélites terrestres a comunicações a longa distância.

O Administrador-Geral dos Correios, J. R. Bevins, disse hoje na Câmara dos Comuns que seria teòricamente possível transmitir mensagens telefónicas, e ondas de televisão e rádio, através dos satélites a distantes pontos da Terra. Essas transmissões estariam imunes às manchas solares. "Creio ser tècnicamente possível, mas temos de realizar muitíssimo trabalho mais para o conseguir, em bases financeiras e outras", acrescentou. - (R.)

In O Primeiro de Janeiro, 28.07.1960

8.24.2005

Radicalismo radicular de Helena Almeida!...Qé isso?


Em plena Biennale di Venezia, inTUS representa a nacionalidade.

Helena Almeida, através das suas conhecidas representações fotográficas, alude à intíma portugalidade.

Se o Dossier de Imprensa dedica o comentário da obra à experiência de si própria e ao do lugar, mencionando o seu radicalismo experimental é um radicalismo presencial. Ou, de outra forma, um radicalismo radicular. Ela está, toda, lá, na raiz da obra.

A verdade, quanto a mim, é que de forma involuntária, ou talvez não, a artista, nesta exposição, mostra o íntimo da noção social do ser português.

No seu melhor egocentrismo representativo, é a sua silhueta que dá forma ao tenebrismo espiritual peregrino, que alimentou a nação durante 40 anos e que se mantém, ainda hoje, através da lenta mudança mental que a sociedade implica.

A partir da sua composição videográfica, dá movimento ao tema, o da peregrinação dolorosa, em busca de um símbolo inexistente aos olhos, mas presente na mente piedosa do crente.

Faz uma mescla interessante de tradição e de inovação. Se apresenta motivos impregnados de espiritualidade, evolui, apresentando-o de forma alegórica, minimalista. Aqui, a andança sem sentido por um espaço vazio, representa a relação do crente, piedoso - pela postura e pela indumentária - com a divindade, omnipresente, mas isenta de ícones ou existências representativas.



Helena Almeida. Eu Estou Aqui - 2005.

8.22.2005

De volta ao Carnaval da vida!

Ora viva!

Cheguei após a diáspora por paragens inomináveis.... Cá vos deixo com uma peça da resistência vinda do Arsenale.

Beijos e abraços para os que por cá ficaram, na defesa do território!

Arsenale, Veneza - 08.2005

8.05.2005

Velhas historias da mae patria

Porra para a merda, os fogos continuam por ai!!?!?

Vou amanha para outras paragens, espero ter por la um leitor de CD-ROM para poder postar algumas imagens de mim... a caçar gambozinos ou a coçar a barriga em pleno Jardim Boboli!

8.03.2005

Novas de Firenze

Caros compinchas, camaradas, colegas de profissao e afins...

Uma vez que acentos nao existem por ca, ca vai tudo sem eles, mais a mais, serei breve... 30 minutos, 5€!! Uma pechincha!

Imagens, tambem sera dificil para ja uma vez que a era do CD ainda parece nao ter chegado aqui ao terminal onde me encontro...

Muito monumento, muita mulher gira, muito gajo bom e imaginem, ate gente conhecida!!!

O Platinas esta por ca e mais um ou outro conhecido transviado!

Mal possa envio algumas "No Comments Italianos".

Beijinhos e abracos a quem quer e nao pode!!!

7.28.2005

Tréguas, por alguns dias!

Apesar do cargo em que fui mandatado e da vontade de continuar na escrita, terei de me ausentar para outras paragens... Tentarei ir enviando notícias desses destinos longínquos, nem que seja só por imagens...
Até ao meu regresso, obrigados, muitas posperidades e um bem hajam para voxelências!

7.26.2005

AMIE à Presidência


Está a nascer por entre o mundo blogueiro um movimento de apoio à candidatura de AMIE à Presidência da República.

Tendo sido nomeado (caso ganhe) Mestre de Cerimónias, desculpem, Porta Voz da Presidência da República, agradecia que enviassem o pedido de cunha ao cuidado da candidata, que logo terá o que vos arranjar!

Mais informo que o Adido Cultural da Presidência já tem dono.

O Programador de campanha, também já está atribuído.

Quantos aos outros, estão ainda vagos, portanto, força nesses dedos para o apanhar primeiro!

Cumprimentos cordiais,

Quiosk
(Candidato a Porta Voz da Presidência da República)

Por quem dobram os sinos!

Começa hoje uma nova era para o Quioske, já somos uma comunidade, outros podem seguí-lo... ainda que tenham de provar a qualidade bestial de que são detentores!
Cavaleiro que dizia Ni. e Quiosk, vanguardistas e tudo, continuarão cada um com a sua temática: o primeiro Aviões de por os olhos em bico, o segundo Bicos de por os olhos em avião!
Cá estamos, agora no plural!

Não tenhas medo ícaro!!


















Já estou a ver as toneladas de reclamações por parte de agricultores, floricultores, criadores de gado e banhistas, quando estes bichinhos começarem a sobrevoar os céus e a tapar o sol com a sua bestialidade....


Airbus A380

Comprimento - 73m
Altura - 24.1m
Diametro da Fuselagem - 7.14m
Envergadura de asas - 79.8m
Nº de Pax - 555 (nas companhias deverá subir para os 700)
Tara - 276 Toneladas
Peso máximo - 562 Toneladas


NI!

Novas do passado!


Em busca de novas do passado pelo grande livro de tudo o que existe (ou quase), encontrei uma indicação de um parente directo mas longínquo, que valerá a pena citar.

É uma passagem vil para os leitores actuais, mas lisonjeira quando da sua 1ª edição, penso que por volta dos anos 50 ou 60 [sem certezas], caso contrário, faltaria algum bom senso ao autor para proferir tais palavras...

Nasceu aos 27-IX-1831, na Praça Nova, como era então denominada a actual Praça de D. Pedro IV, da capital portuense. Em 1850, tinha 19 anos, era já uma mulher feita, forte, a pender para gorda, mas fermosa, de formas esculturais, e muito preseguida pelos paralvilhos românticos, que pelos vistos não se importavam que as suas visões assiónicas fossem revestidas de alguma carne.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 22, p. 45.

Claro que fazia também uma análise à sua obra e à sua faceta inspiradora, dados menos interessantes para o âmbito deste blog.

Será que as feromonas são genéticas!?

7.25.2005

Voyeurs eruditos!

Ao passar os olhos pelos comentários ao último post, percebi que a curiosidade quanto às feições de quem escreve algo, é inata!

Pretendemos sempre saber qual a máscara que produz tal coisa, sendo ela interessante ou não... Não me excluo desse rol de gente ávida por saber quem é o outro, somos voyeurs!

Não me considero um mirone, daqueles que perscrutam as frinchas das portas à espera de uma silhueta, antes, sou daqueles que navegam sem cessar com vista a descobrir uma identidade, chamo-lhe o voyeurismo erudito. Deixamos a privacidade para cada um e apoiámo-nos na necessidade de vestirmos as palavras com um corpo, um rosto, uma personalidade.

Isto dos blogs, tem muito que se lhe diga... Aqui, podemos ser quem nunca fomos, ser o que somos mas não admitimos ser ou, simplesmente, ser.

Acredito que exista um padrão quanto à escrita e ao tipo de posts que cada categoria de pessoa inculca no seu espaço privado, mas não pretendemos fazê-lo, até porque a vida puxa-nos para outras áreas de estudo que não a sociologia da computação [será assim que se chama ao dito campo de estudo?].

Continuo a querer saber quem usa a tal presopos, mas continuo a não querer revelar a minha e de meus astutos compinchas!

Devo porém relevar que os nomes são mesmo os indicados, não se admirem, somos todos habitantes da longínqua Macondo...

7.22.2005

Onde está o Wally?

Fonte: Velhinhos rijos comó aço!
Author: Marta Jorge

Legenda (da esquerda para a direita, de cima para baixo):

1 - Gervásio Antunes - Caixeiro Viajante;
2- Asdrubal Bechiguento - Coveiro;
3- Fagundes Salsaparrilha - Mordomo;
4- Mafomedes Mustaffa - Merceeiro;
5- Jermelindo Virulento: Vendedor da banha da cobra;
6- Virgolino Loureiro - Provador de Cognac;
7- Escariotes Carrasco - Vendedor de Indulgências;
8- Dibúrcio Santiago - Bordelista.