10.28.2005

Espaços simbólicos

Tudo tem um sentido, uma simbologia própria, uma destacável forma de estar, um padrão! Antes, muita coisa é baseada em parâmetros construídos mentalmente e sem fundamento experimental.

A ideia de algo soar a, é a verdade neural sobre algo que pode não o ser, que pode ser imaginada ou apenas reflectida sem, no entanto, ser consentâneo com o que é verídico.

Mas as regras do jogo mudam, a diferença e o seu conhecimento, faz-nos pensar no paralelo como um contra-ponto... é o tal vasilhame que passa a ser de tara perdida, descartando-se para um qualquer contentor, despojado de conteúdo e sem o conteúdo que lhe dava objectivo... fica esquecido e passa a integrar outra qualquer coisa vitral!

A verdade, ainda que incompreensível e rebuscada, não deixa de ser, apesar de una.

Se a verdade é parametrizada e se ela é posta em causa, qual a chave que abre a porta da realidade!?


Zoé é assim!


Espaços desejados



Fedora é um desejo de vida.

O desejo imbérbere de querer seguir outras pisadas que não a da ovelha. Seguir por ali, por onde o sino não dobra e onde as gentes não cantam ao som da concertina.

Esse desejo persegue a humanidade, desde o almocreve que ia e vinha e era cobiçado pelas suas andanças, até ao peregrino que segue viagem até à próxima paragem.

Porém, o desejo só é como tal se o mantivermos inconsistente, apenas no pensamento. Dessa forma, não deixaremos fugir uma vontade, ficará para sempre como se fosse parte de nós, uma companheira, para toda a vida, que nos dá coragem de enfrentar a tão temível cobardia, essa velha manhosa que alça a saia para mijar, numa esquina qualquer de Londres.

Estranha ironia...

Espaços mentais

Maurília, não era uma cidade, antes, a própria memória encarnada... Recordava o tempo inexorável que ainda labuta, transformando tudo à sua passagem...

- Aspectos passados já não são presentes que, por sua vez, nunca serão como suía...

Do passado, uma ténue imagem perdura, alterada, evoluida, deixando cair máscaras e construindo muros, à medida que o relógio tiquetaqueia, sem parar, até à exaustão dos dias.

De Maurília apenas restam a memória de tempos idos e o nome impedernido.


10.26.2005

Mongóis muito à frente...

O que os olhos em bico não fazem...

Experimentem e verão....

Cebolas no meu jardim...


Em plena VCI, perto da saída de Matosinhos, lá estavam elas, umas redondas, outras planas, mas todas cheirosas... como se, em substituição do banho matinal, tivesse dormido na loja, junto às tranças...

Um espectáculo triste esse de deixar cebolas no meu jardim matinal onde, todas as manhãs, tenho o prazer de me perfumar com o patcholi democrático que toca todos, bem fundo, no coração...

Chorei ao ver tão triste cenário...

10.25.2005

...


Isto de estar ligado apenas com ligação 56k não está com nada...

Mesmo nestas simplicidades reconheço que recorrentemente decartamos e desvalorizamos o antigo, o idoso, o velho, desconsiderando que sem ele(s).... nada seria. ADSL, Wireless, portátil, frenéticos tentamos estar a passo do compasso sempre enérgico, impiedoso, que de prazer só momentâneo e regogizamos para logo voltar ao básico e correr, correr atrás de mais um "chuto".

Não tenho dúvidas e tentarei ter sempre os meus momentos 56k.

Ni!

10.24.2005

Pa ti...

Happy Birthday

Livros e leituras

O livro, mais que companheiro, é um pedagogo.

Em leituras travessas, cruzei-me com Italo Calvino e as suas Cidades Invisíveis. É o primeiro que leio deste autor e fi-lo motivado por conversas transviadas que tive com uns e outros e que me punham a par de visões diversas, quanto à sua objectivação ou quanto à forma como estas foram concretizadas.

Uns afirmavam ver, realmente, mulheres em cada uma das cidades descritas, outros, impunham uma formulação matemática para a elaboração de diversas obras suas e, por consequência, desta também.

Bom, não vi mulheres, cheirei algo de lógico na obra. Vi antes sensações, sentimentos, observações que o autor faz dos locais por onde passou ou por recalcamentos socias que pretendeu verbalizar.

De forma magistral, cria a partir de elementos simples, visíveis e naturais da sociedade segmentada e incongruente que vivemos.

Penso ser essa a magnificência do livro: permite várias leituras, várias profundidades na leitura, várias acepções, várias interpretações, mas tem em vista, sempre, fazer-nos crescer ou conhecer o realidades paralelas.

Não é necessário, quanto a mim, ter apenas uma legenda, ela pode ser vista de inúmeras formas... o que importa é evoluir, de forma positiva, com o que foi lido.

Iremos, nos próximos dias, desconjuntar as várias cidades mentais, sonhadas por Marco Polo - o escritor, sem nunca sair da mesma onde nos encontramos, tal como ele as ditou a Kublai Khan - o leitor.

10.20.2005

Quando saltas!

Quando saltas do carro em andamento, sentes que já lá não estás, por isso, o toque é para ti!
Por vezes, no olhar dos que te dizem muito, sentes afastamento e, com isso, sentes uma vil tristeza que te assoma o coração e te faz postar qualquer coisa sobre isso!
Sentir que já não pertences ao tal grupo com quem pensavas manter afinidades estreitas, é devorador é dilacerante, a tal ponto de, à volta do assunto rodares, sem saires do sítio...
Mais uma vez o sentido não é o teu forte, o verdadeiro mote não é o motivo, nem as palavras, as que querias deixar fluir, sem parar, como uma torrente mínima que jorra triste e constante, pelas montanhas verticais que te envolvem ....
O destino é inexorável e muda tudo, nunca premitindo que o passado seja presente... fica sempre guardado, mais uma vez, e outra, e mais outra, sabendo que não vai voltar, sabendo que a antiga verdade nunca mais será ouvida...
Porque acontece isso!? Nunca saberás... apenas assim é, sem tirar nem por, até que novos futuros se abram e novas formas de ser, te permitam perceber o presente, esse que desonheces, apesar das certezas, ou pelo menos, do que achas que são verdades...
Revolta-te o facto de não fazer sentido, mas, sabes tu o que isso é? Sabes, no fundo está lá tudo, pela forma atabalhuada com que as palavras se sobrepõe umas às outras... Mas também, que é isso de correcção, de ponto, de regra, quando a única lei que deves seguir é a do sentimento? Deixa-te ir, deixa-te levar pelo que flui aí por dentro, algures, e serás tu mesmo, sem enganos, sem erros, com as tuas dúvidas e anseios, com os teus desaires e sabendo que o grupo muda, evolui sem saberes se ficaste para trás ou se te adiantaste em demasia...
Isto é vomitar, 100 anos depois do silêncio, da tal solidão de que falavas, sem saberes que, ao descreveres o inverosímel, estás-te a referir a ti próprio, nu! Deixa, essas personagens são todas tu mesmo, são o que sempre sonhaste ser, viver sem dizer aos outros, sentir sem o admitires...
És tu próprio, se gostam, óptimo, se não, que se fodam!

Livro (sugestão)

"A aventura humana tem uma finalidade.
Não acontece ao homem o que ele merece, mas sim, o que se lhe assemelha.
O mundo não é absurdo e o espírito humano não é de forma alguma inapto para compreendê-lo.

Pelo contrário, pode ser que o espírito já tenha compreendido o mundo, mas ainda não o saiba.
O homem é feito de mistérios e visões. O mundo exterior é pouco instrutivo, a menos que seja visto como um reservatório de símbolos com significações escondidas
É evidente que o homem não tem conhecimento de si próprio à altura do que ele "FAZ".
E se não o tem é porque a organização social o priva, baseado em idéias caducas.
No entanto, tudo nos incita a pensar que as coisas se modificarão rapidamente. Que a agitação das massas, a formidável pressão das descobertas técnicas, o movimento das idéias, a mudança dos antigos princípios, levará o homem a sentir nascer em si mesmo a "Nova Alma" e descobrirá a liberdade de "Poder ser Causa".
Deus criou-nos o menos possível. A liberdade de "Poder ser Causa", quer que o homem se refaça a si mesmo.
Temos a liberdade de vir a ser, no centro de uma eternidade que É, visão do destino humano ligado à totalidade do universo.
Não é a primeira vez que na história da humanidade, a consciência humana é obrigada a passar de um plano para outro. E a passagem é sempre dolorosa.
Inteligência total, consciência desperta, o homem se dirige para as conquistas essenciais, no seio deste mundo em pleno renascimento.
Começamos a perceber, e para sempre, que para o homem reconhecer, amar e servir apaixonadamente, o universo, de que ele é o elemento mais importante, é a única razão aceitável."
Louis Pauwels - Jacques Bergier in "O Despertar dos Mágicos"

Aqui está a eterna sugestão no que toca a livros. Estou nos copos.... livros? - olhem leiam o... e pronto, nunca escapa, sempre presente, mas e então, não é por isso que somos marcados por algo, pela perpetuação da sua influência em nós manifestada nas mais simples das nossas acções.

"Este livro não é um romance, embora a intenção seja romanesca. Não faz parte da ficção cientifica, embora nele se deparem mitos que sustentam esse género. Não é um conjunto de factos estranhos, embora o Anjo do Bizarro se sinta à vontade nele."

É um livro poderoso, revelador, principalmente pela forma não facciosa de como os dados são fornecidos e tratados - "«Havia uma quantidade de disparates no livro do Pauwels e Bergier.» Eis o que dirão. Mas se tiver sido este livro a provocar a curiosidade de aprofundar o assunto, o nosso fim terá sido atingido."

É, para mim, exemplificativo dos MEUS amigos, andamos por aí, à procura, e tentamos não descurar nada, é o Quiosk... desfrutem... Ni!

"«Olha, há um tesouro na casa ao lado.
- Mas não há casa alguma aqui ao lado.
- Então construiremos uma!»"

P.s. Só arranjei foto da capa da edição francófona.

Pensamentos transviados!

Desesperadamente à procura de uma identidade perdida...

ANÓNIMO (2005). Ando à procura de uma nova imagem para o cantinho. Macondo: Ed. Mini-me, p. 6345.

10.19.2005

Curiosidades

Em pesquisas transversais pelo google.com, fiquei a saber que este motor de busca varre, pelo menos, 8.060.000 páginas de Portugal, num universo de 8.680.000.000 mundiais. Portanto, 0,092 % das páginas na web serão portuguesas. Já páginas na nossa língua materna, são indexadas 46.900.000 páginas - 0,54%.
Portanto, de todas as páginas web escritas em Português, apenas 17% do total são originárias do nosso rectângulo, manifestamente parcas para a importância do espaço como construtor de uma identidade linguística.
Já em Espanha, existem cerca de 51.000.000 páginas, 0,58% do total de páginas existentes, sendo que, em espanhol, existem por volta de 113.000.000, logo, correspondem a pouco mais de 45% do total de páginas existentes naquela língua.
Assim se diferenciam realidades e assim de constrói um mapa da influência estratégica mundial de povos vizinhos.

No comment

10.17.2005

Cá merda....

Blog simpático, com masculinidade duvidosa, e dupla personalidade - uma mais latente que a outra - pretende conhecer links de outros blogs, honestos, brincalhões, sérios quando tem de ser e com idade não superior aos 93 anos de idade, para possível relação futura!

Trocando por miúdos:

Mudei o template do blog e pumba... foram-se os links!
Lá está, quem não sabe é como quem não vê!

Cá merda... demorou tanto tempo....

10.16.2005

Farfalha o farfalho, faz favor!


Cá estamos mais uma vez para aquecer as hostes com assuntos sem nexo e com actualidade duvidosa!

Após uma semana por terra de infiéis, cá estou de novo... na dos bárbaros! Sim, porque isso de conotar infiel com atraso social, é um sintoma xenófobo do outro que o designa!

Bom, por cá, já meio moçarabe, vou absorvendo conceitos duplos... por um lado, noções de alcoologia e da arte de bem se emborrachar, tão bem definido pelo doutor Ni, por outro, o umbigo alheio, que não cheguei a ver...

É uma questão cultural meus amigos... e mai nada!!!

Sentido? Qué isso!?

10.10.2005

Oooooolááááá´, mais uma vez apanhados... de calças na mão!

" Quando se bebe uma bebida alcoólica a sensação de frio na face, nas mãos, na pele, diminui ou desaparece mesmo, sendo substituída por um certo rubor, o que leva a afirmar que “o álcool aquece”. No entanto, o que acontece na verdade é uma deslocação de sangue, do interior do organismo para a superfície do corpo, por ter ocorrido uma dilatação passiva dos vasos sanguíneos cutâneos. Isto acabará por causar ma considerável perda de calor por irradiação.Bebendo álcool “para aquecer num dia de frio”, o que na realidade se dá é um aumento da temperatura cutânea (por passar a haver maior circulação de sangue) e simultaneamente, os órgãos no interior do organismo (onde era essencial haver calor) perdem calor, arrefecidos, por um sangue que volta para o interior, mais frio.Conclusão: O álcool não aquece o organismo, mas, pelo contrário, provoca-lhe perda de calor.

in Mello, M.L. et al, “Manual de Alcoologia para o Clínico Geral”, Delagrange, Coimbra, 1988.

E cá está, sempre que, ainda que por momentos, pensamos ter fincado as unhas numa pequena fatia desta vida, pensamos ser senhores de algo, inchados pela recompensa da clarividência auto-adquirida, eis que...... REBOOT, não é nada disso, apaga e começa outra vez ao mesmo tempo que sentimos a tensão dos cordéis sob o esticão Do Marionetista.
O alcoól não aquece.... m**da!!!

10.07.2005

Nós comment e votent


Título: Vote... Salsaparrilha para bem da sua saúde! [Se não votas !%#"&$]

Objectivo: Por uma cruzinha em cada quadrado que encontrar!

Fonte: MISTELA - Movimento Independente para uma Sociedade Totalmente Endependente e Livre de Anormalidades.

10.06.2005

Ele comment



Título: Sr. Arrifana, homem doente, solicita uma oração conjunta em seu nome, pedindo que lhe concedam o milagre de ser tratado da sua limitação, patológica, em abrir os olhos.

Objectivo: Ser tratado da sua maleita.

Fonte: Judasmen.

10.05.2005

Tu comment


Titulo: Rolling Heads.

Sub-título: Domingueiros calorentos, apoiam vocalista do Agrupamento Musical "Zé Tó e os Foliões".

Objectivo: Colocar todos os votantes no mesmo cartaz.


Fonte: Câmara Indiscreta.

10.03.2005

Eu comment

Título: Representantes da Associação Portuguesa de Mal-Humorados
Congénitos, com Cabeleira Farfalhuda e Narigão Postiço - APMHCCFNP,
candidatam-se em coligação, querem tratar de mudar!

Objectivo: Acabar com os sorrisinhos e cochichos em volta dos seus membros.

Fonte: voudaquiparaali [do melhor!]

10.02.2005

Leituras transviadas!

Num desses dias em que pensamos na nossa vida macaca... dei de caras com o Dryopithecus e mais umas tantas entidades, relativas à Evolução Biológica Humana.

O tema não será esse antepassado comum nosso, iremos atentar no surgimento das primeiras teorias sobre a evolução humana.

É sabida a repugnância que conceitos científicos causavam ao sistema, intrincado, de conhecimento/religiosidade, que dominou o espírito cristão ao longo de séculos.

Este pensamento não era infundado, residia, antes, na necessidade de justificar o incompreensível, através da intervenção divina. Daqui nasceram Adão e Eva, esses mesmos que, ainda hoje, para muitos, continuam a ser os entes geradores de vida!

Focalizemos: posição de biólogos e naturalistas eram discordantes das de teólogos e, em boa parte, filósofos, quando teorizavam àcerca das origens do Homem. Para uns, evolução natural, para outros, criação divina.

Actualmente, os conceitos estão enraizados e estão perfeitamente delimitados os campos de acção de uns e de outros, porém, nem sempre foi assim...

A génese visível desta discordância, terá surgido em 1699 por E. Tyson, com os estudos anatómicos que efectuou em chimpanzés. Nestas autópsias, terá encontrado semelhanças surpreendentes entre primatas e humanos.

Num contexto de estudo científico e de valorização do conhecimento natural, de que o século XVIII é precursor, zoólogos como C. Lineu, G. Buffon, G. Cuvier, incluem o Homem no seio da classificação animal, embora considerem as espécies como seres criados no seu estado actual.

Será já no século XIX, que será dado o passo decisivo para a conceptualização do Homem como ser evoluído a partir de um estado primitivo.

Os primeiros a chamar a atenção para as modificações morfológicas dos animais, ao longo dos tempos, foram J.-B. Lamarck e Godofredo Saint-Hilaire, na obra Filosofia Zoológica, publicada em 1809, em que propunham uma evolução fundamentada na trasmissão de caracteres adquiridos.

A crença generalizada na criação do homem em 4004 a. C. é, por esta altura, posta em causa, uma vez que, no árido Egipto, Champollion havia traduzido os hieróglifos, revelando uma brilhante civilização, 3000 anos antes da era cristã.

A lógica matemática começa a funcionar e, no meio científico, a questão quanto à verdadeira data da criação do Homem, começa a debater-se com a descoberta, contínua, de inúmeros fósseis de animais já extintos, mas que coexistiram com o ser humano. Neste aspecto, as descobertas de Boucher de Perthes, por volta de 1850, terão sido decisivas.

A ideialização de uma história contínua de evolução natural, começa, então, a ganhar forma, pelo que as teorizações de C. Darwin, terão sido a pedra de toque para um volte face, sem precedentes, na concepção da evolução do Homem, como selectiva, natural, e prolongada no tempo, tal como o ocorrido com todas as outras espécies.

Continua...