
Em plena
Biennale di Venezia,
inTUS representa a nacionalidade.
Helena Almeida, através das suas conhecidas representações fotográficas, alude à intíma portugalidade.
Se o
Dossier de Imprensa dedica o comentário da obra à experiência de si própria e ao do lugar, mencionando o seu
radicalismo experimental é um radicalismo presencial. Ou, de outra forma, um radicalismo radicular. Ela está, toda, lá, na raiz da obra.A verdade, quanto a mim, é que de forma involuntária, ou talvez não, a artista, nesta exposição, mostra o íntimo da noção social do ser português.
No seu melhor egocentrismo representativo, é a sua silhueta que dá forma ao tenebrismo espiritual peregrino, que alimentou a nação durante 40 anos e que se mantém, ainda hoje, através da lenta mudança mental que a sociedade implica.
A partir da sua composição videográfica, dá movimento ao tema, o da peregrinação dolorosa, em busca de um símbolo inexistente aos olhos, mas presente na mente piedosa do crente.
Faz uma mescla interessante de tradição e de inovação. Se apresenta motivos impregnados de espiritualidade, evolui, apresentando-o de forma alegórica, minimalista. Aqui, a andança sem sentido por um espaço vazio, representa a relação do crente, piedoso - pela postura e pela indumentária - com a divindade, omnipresente, mas isenta de ícones ou existências representativas.

Helena Almeida. Eu Estou Aqui - 2005.