Em plena padaria, pela manhã, a tomar o pequeno almoço ensimesmado na minha meia de leite, começo a aperceber-me da existência de sussurros e murmúrios à minha volta.
Os ouvidos, como que fechados ao som exterior, começam a adaptar-se à azáfama que percorre o exíguo espaço.
"Aaaaaaí! Eu vi logo que era o meu bruninho!! Eu disse para comigo, aquele é o meu bruninho!!! Aí que lindo que ele está!!! É o meu bruninho!!!! Dá cá um beijinho bruninho!!!"
Salto a pensar que a senhora se preparava para lambuzar a cara do coitado do rapaz que as estava a servir.
Os dentes amarelecidos por resmas de cigarros que trincou, o fumo cuspido enquanto fala, a subir pelas narinas, dá-lhe um ar dragonesco. Do outro lado, um cheiro acre a perfume bolorento, faz-me notar na cabeleira loira da senhora que toma o seu galão, ondulante e, concerteza, habitada por aqueles pequenos e estranhos homenzinhos de chapéu bicudo vermelho!
Em frente, um sujeito de bigodaça proeminente, começava já a puxar do maço, pronto para me atafulhar de fumo logo pela manhã...
Fujo, fujo como se não houvesse amanhã! (Mas paguei a conta!)
Os ouvidos, como que fechados ao som exterior, começam a adaptar-se à azáfama que percorre o exíguo espaço.
"Aaaaaaí! Eu vi logo que era o meu bruninho!! Eu disse para comigo, aquele é o meu bruninho!!! Aí que lindo que ele está!!! É o meu bruninho!!!! Dá cá um beijinho bruninho!!!"
Salto a pensar que a senhora se preparava para lambuzar a cara do coitado do rapaz que as estava a servir.
Os dentes amarelecidos por resmas de cigarros que trincou, o fumo cuspido enquanto fala, a subir pelas narinas, dá-lhe um ar dragonesco. Do outro lado, um cheiro acre a perfume bolorento, faz-me notar na cabeleira loira da senhora que toma o seu galão, ondulante e, concerteza, habitada por aqueles pequenos e estranhos homenzinhos de chapéu bicudo vermelho!
Em frente, um sujeito de bigodaça proeminente, começava já a puxar do maço, pronto para me atafulhar de fumo logo pela manhã...
Fujo, fujo como se não houvesse amanhã! (Mas paguei a conta!)
Há dias que começam mal, ou então, vemos o mesmo cenário com outros olhos, todas as manhãs...
10 comentários:
pior é a meio do teu almoço surgir um desses espécimes saidos sei la de onde, e exibir para os amigos que estavam sentados na mesa ao lado da minha uma cicatriz de 42 pontos de uma recente operação ao estomago... Eu disse que estava a almoçar? Pois "estava" parei por ali... enfim... Pérolas do nosso Portugal...
"Eu q te conheci desde petiz, Bruninho..."
Abraço grande da Zona Franca que está de volta ao activo e com novo look!!!
de certeza que os olhos mudam o que vêem... todos os dias descubro uma novidade em mim e já me vejo desde pequena!
Tudo depende da manhã! Comigo seria diferente!
Ó quioskinho, n escreves durante o fds???Ou foi assim tão bom?
Abraço da Zona Franca
Os meus olhos matinais prolongam-se pelo dia todo: que sono!
Pois é. há dias em que os nossos sentidos são autênticas flores de estufa, dias em que estamos mais susceptíveis à podridão das coisas, pois as coisas como realmente são são assaz aterradoras, mesmo evil kenievel. O que se passa é que na maior parte do tempo temos os filtros e as firewalls ligadas... mas isto deixo pó Hugo Brito desenvolver.
Ni!
É de perder o apetite...
Só a tiro poderiamos pôr isto nos eixos.
Abraço
eu por acaso gosto deste tipo de cenas!
E quando eras tu a mandar o fumo?! E quando eras tu a debicar as bochechinhas dos bruninhos?!
Hmmm?!
Diz lá diz lá!
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