1.04.2006

A escrita e a leitura

Abri sem assunto definido.
O que escrever... como saciar esta vontade de ordenar palavras, fazendo algum sentido e com conteúdo!?
Bom, o assunto custa a pensar e custa ainda mais a sair, porém, a escrita é isso mesmo, a vontade de refazer outra realidade, paralela ou consentânea com o dia-a-dia. Aliás, a prosa não é mais do que isso, a mistura insana ou racional de sensações, ideias, valores ou hábitos que, no seu conjunto, e quando fomentadas da forma correcta, permitem a criação literária.
Ouvi, algures, que em Portugal não se critica o que outros escrevem, não se indica o erro. É melindroso referir a fraca qualidade de outro e ainda mais a nossa.
De facto assim é. Parte de mim e sei que outros o fazem comigo. É como se uma força estranha, mas superior, nos vedasse o acesso à avaliação real do que lemos por aí.
É como se o receio de maltratar o ego do outro passasse por ocultar o que não apreciámos, o que achamos repetitivo ou, simplesmente, o que não gostamos.
É um escudo invisível de defesa, talvez para que não façam o mesmo connosco. É o horror à avaliação, à crítica, à réplica, impedindo-nos, tantas vezes, de sermos verdadeiros, até connosco.
Assim são, também, os dedos que vão dando vida, a conta gotas, ao virtual Quiosk.

3 comentários:

Periférico disse...

São os nossos famosos brandos costumes!;-)

Um abraço e um óptimo 2006 para ti

Poor disse...

bom, mas que ninguém nos impeça!:)

Miguel de Terceleiros disse...

Meu amigo (já é o segundo comentário que começa assim) sabes que de mim levas as vergastadas mais violentas, como eu levo de ti. Continua a criticar, só ajudas!