
12.26.2006
leituras

12.14.2006
espaços verdadeiros

De belas formas, esvoaça de vestes transparentes que fazem perceber lânguidos movimentos sugestivos. Vitorioso mas cego, antes acéfalo, deixa-se admirar pelo idólatra anónimo sem lhe cobrar o olhar.
Com ele segue a verdade, esse figurino dúbio que se acosta à vida, mas cujo vislumbre limitado é apenas apanágio dos que a levam, sempre com imaculada ironia. De facto, não difere da mentira, experimentada no que se não tem e tantas vezes no que se conta.
A descrição fantasiosa do real não é mais do que o irreal verdadeiro ou o autêntico falseado. Daqui resulta o poder da visão e de ela reconhecer na verdade, a certeza ou a ambiguidade, nunca confirmando as formas para lá dos panejamentos.
Assim é Olívia, essa cidade fantástica em que tudo parece ser e nada é, realmente, como soía.
12.11.2006
colores me gustan a mí
Já não sou o que sou, sou o que se é, não fosse ser o mesmo depois de me transfigurar num pequenito ser que vasculha o olhar alheio à procura de respostas, no estranho mundo das pequenas coisas.
50 centímetros e meio depois, revejo-me em sons e gestos que em nada se repetem, mas que pobre imprudente, reverto em sinais de um tempo em que já o fomos também.
É isto, um constante nó na garganta, uma permanente lembrança, um incessante cuidar e um desassossegado marinar horizontal, à espera do próximo titubear encarniçado, não vá o joão-pestana pegar.
11.20.2006
Maria João a Preto e Branco
11.01.2006
novas do passado

Texto de C. Sloan
Fotografia de K. Garrett
10.23.2006
Q...Q..CO.....COOFF!!!
Al alba vincero!
10.18.2006
10.16.2006
quando o tempo passa
A minha cara de pânico parece ter causado mossa, pois replicou um penso, como se quisesse desculpar a pergunta pelo facto de EU estar VELHO e de me fazer descer ao meu lugar.
Parece-me ter-lhe ouvido um sussurro: Pega na bengala oh velhinho! Mas, estranheza dos diabos, a sua presença continuava à espera que lhe dissesse algo sem movimentar um músculo. Replicou depois, qual ventríloquo: A reumática é fodida ah!?
Depois de cerrar os dentes e descobrir a máscara de ferro, com a carquilha à mostra, rosnei: Realmente a sua cara não me era estranha! Enquanto pensava numa chusma de palavras vis para lhe atirar.
Penso regressar, menos rabugento, dentro de 37 anos.
9.27.2006
sem sal, se fizer o obséquio
sem títulos, sem fala, sem brinco, não se está assim, por cá.
sem maiúsculas e sem pressas, sem nada que dizer, porque perdeu-se a fala na frase anterior, nada se faz, sem se sussurrar um suspiro, símbolo da surdez dos homens.
isto tudo para dizer que a letra "S" sibila e sustém uma posta sem nexo.
9.18.2006
chinesices
Não peças, não faças isso! Para além de te fazer mal ao miolo, como se pode notar, podem não ter e então é que é, ficas como o tipo que fuma mas não tem lume, qual piada homofóbica de baixa densidade.... Tu vê lá.... não caias na tentação!
- Tem lumes?
- NÃO!
Eu bem te disse! E agora, o que será de ti!? Ah, que vais fazer agora que nem lumes nem amor próprio tens!? Pois é, nunca tenho razão, mas lá está, no final sou eu quem paga as favas! Pelo menos, podias comprar um esqueiro, não caías nas más línguas...!
Pede lumes.... pede lumes!! Vá lá, não custa nada! Ao menos não gastas dinheiro num esqueiro que nem para 1534 cigarros dá!
- Vende esqueiros!?
- Sim! Quale quele!?
- O do Porto!
clinc, clinc, clinc!
- Funciona pelfeitamente!
- Obrigado, quanto é?
- 75 cêntimos pole favole!
- Cá está, boa tarde!
- Obligado e volte semple!
clinc, clinc, clonnncc!
Pede lumes.... pede lumes!! Vá lá, não custa nada!
Não peças, não faças isso! Deixa de fumar... isto foi um sinal divino! A gastar 75 cênt. por cigarro, acabas na miséria e depo........
9.13.2006
abertura de hostilidades
Já se cruzou contigo, já viveu vidas transviadas e infundadas, já podia ter sido, mas não foi, podia não ser, mas é!
É a mente borbulhante que gira por entre realidades difíceis de digerir.
É a vontade insana de continuar vivo na multidão.
É a vida alheia condensada numa só palavra.
É querer dizer o que não se quer e calar quando se não deve.
É ser verdadeiro na improvável veracidade do momento.
É rai's partam os feixes de energia!
É .... é... é....
É só para dizer que estou de volta....
8.12.2006
Vidas cruzadas
As festas pululam o interior um pouco por todo o lado, mas o êxodo ruma a sul, ao calor blasfemo algarvio, rumo a mais uma praia congestionada da bela costa.
Que belo exemplo de multiculturalismo se manifesta, por entre pronúncias sibilantes e rústicas, lá sai um vacances aqui, um d'habitud ali e que musical mescla se cria entre o português vernáculo e o francês rebolado, quando se ouve um "Miguel vien pour la barracá, le soleil le queime!"
Ahhhh que bela e bonita a feliz ignorância do pequenismo envergonhado em que vivemos.... lá está, são essas certas e determinadas coisas inexplicáveis!
7.21.2006
teorias (in)fundamentadas

O consumo excessivo de álcool, como todos sabemos, destrói os neurónios, mas naturalmente ataca primeiro os neurónios mais lentos e fracos.
Neste sentido, o consumo regular de cerveja elimina os neurónios mais fracos, tornando o cérebro uma máquina mais rápida e eficiente.
O resultado deste profundo estudo neurológico verifica e confirma a relação causal entre as borgas de fim de semana e o rendimento dos economistas, consultores, matemáticos, engenheiros, advogados, políticos, etc.
De igual modo explica o sucedido poucos anos depois de acabado o curso e contraído matrimónio, a maioria dos profissionais não conseguem manter os níveis de rendimento dos recém saídos das universidades.
Só os poucos que mantêm o estrito regime de voraz consumo alcoólico conseguem manter os níveis intelectuais que alcançaram durante os anos em que eram estudantes universitários.
É uma chamada às armas!!!
Enquanto o país está a perder o seu potencial intelectual nós não podemos ficar em casa sem fazer nada!!
Vamos para as tascas!!
Ocupemos os bares!!!
Vamos beber litros e litros!
O teu governo, a tua empresa e o teu país necessitam que estejas no teu melhor, sem limites para o teu potencial criativo e intelectual.
Corta as tuas amarras e dá o litro!!!
Contamos contigo!
Recebi por mail de J.P.Miranda
7.20.2006
7.19.2006
7.14.2006
pensamentos transviados xix
7.11.2006
manhãs reconfortantes
7.05.2006
prisões douradas
Esta é a essência humana como a vejo, quando chamada a tomar partido ou a revelar opinião social. Mas será que isso mesmo interessa!? Será que a opinião quanto a factos é, de facto, factual e fundamental para a manutenção do vegetar civilizacional em que nos encontramos!?
Ter, dar, manter um diálogo e uma opinião formada parece ser a base da coexistência. De facto ela não é mais do que limitadora do livre arbítrio verbal que, quando atingido, reflecte a verdadeira essência do caos mental com que lutamos todos os dias.
Ideias, notícias, verdades e conceitos, entrecruzam-se mediadas por descargas de energia que visam manter a ordem. Como se de uma prisão se tratasse, esses feixes impõe uma regra, mantendo a lucidez e a clarividência, apenas ultrapassados em momentos extremos.
Esse caos mental por vezes alcançado, é dúbio: se libertador das correntes sociais, prognostica o pânico, carcereiro da visão plena e livre.
Apesar de sensitivos e pensantes, somos prisioneiros de nós mesmos – do nosso contexto e da nossa verdade.
6.23.2006
6.21.2006
memórias partilhadas pela avó
Quando vividos flúem sem se aperceber que estão a ser absorvidos por outros, atentos à vontade alheia.
Assim acontece com a avó Micas de que já mencionei a chegada.
De tez carregada e hálito quente, deixa transpirar pequenas gotas que reanimam tempos idos, anos em que os passos ecoavam nas noites solitárias da gélida aldeia que a viu desabrochar.
Por lá, essa tal Macondo escondida, as festas eram em honra de são joão, épocas de folia e de libertinagem.
Porém, para ela, nem sempre foi assim.
Tempos houve em que se escondia entre lençóis incógnitos, amedrontada com a parafernália de sons retumbantes sem fim e com essa estranha visão de luzes incandescentes que teimavam em surgir vindas do nada.
Para aliviar o seu fado vagabundeante e mal quisto pela populaça, deixava-se levar pela mão suave que reconfortava as suas lágrimas escusas.
As festas não são para todos, são para aqueles que têm a quem deitar a mão, dizia, enquanto trejeitos forçados impediam o pingo de verter.
Nada mais saiu senão olhares vagos e miares imperceptíveis enquanto movimentos incontrolados franzem a bochecha casquilha e ternurenta, aqui ao lado.
6.18.2006
6.16.2006
pensamentos fundamentados
Do e-business e e-commerce, ou seja, da virtualização das empresas e serviços, passou-se, já ontem, para o e-knowledge, ou seja, para a virtualização do conhecimento, bem patente nas redes científicas e culturais que dão, já, largos passos com sucesso, possibilitando a adequação das necessidades laborais às competências formativas adquiridas.
O ciberespaço, pela sua abrangência e actualidade poderá ajudar a colmatar esta dificuldade de interrelação entre conhecimentos e necessidades do mercado, pelo que a gestão de competências (AdC) em ambiente digital surge como uma potencialidade de balanceamento entre oferta e procura.
6.09.2006
alegorias cavernosas
Um dia Mimi acordou e viu que tudo o que havia defendido até aí tinha-se desvanecido. Valores e conceitos mantiveram-se, agarrados ao medo de mudar, mas o mundo era outro, um que desconhecia e que se tinha adaptado a novas ideias e novas formas de convivência.
Esse mesmo, mais democrático, permitia fazer o que se quisesse da própria vida. Nessa manhã, Mimi, infeliz, viu um mundo que desconhecia. Viu uma verdade inegável mas que ela não compreendia.
Nesse manhã morreu Mimi, nasceu Micas Coxa, a avó de toda a humanidade.
6.02.2006
5.29.2006
Nomes inusitados
Todos originais, fazem parte de um livro de termos de onde retirei esta lista impar de nomes inusitados.
Para vocês, cá vai o top 25 das anónimas celebridades que aqui alcançam a imortalidade.
Gemialde Celeste E.
Hortênsia M.
Leontina S.
Zina B.
Bernardette A.
Maria Georgette B.
Quitéria R.
Zulmira C.
Arlette C.
Ortelinda O.
Azuil G.
Claudemiro T.
Porcina F.
Aldegundes L.
Filinto C.
Balbina G.
Isolete Laura S.
Bertila S.
Judia Morena F.
José Isménio J.
Dorinda S.
Benilde S.
Georgette S.
Leopoldina M.
5.24.2006
5.19.2006
Confidências de um transeunte
Gente há que nos julga pela aparência, pela profissão, pela atitude ou simplesmente pela sugestão de passados vividos.
No mundo das ilusões, somos confundidos pelo que fazemos. E é ver gente entrar e sair a cochichar pela estranha indumentária que usamos ou pela cordialidade com que tratamos o transeunte anónimo.
Se somos simpáticos, ouvimos, à saída, um piropo sobre a nossa postura descontraída. Se rimos e mostramos empatia pelas dificuldades alheias, somos bafejados pelo estranho aroma do desabafo pessoal.
Toda a gente gosta de ser ouvida, adora que se lhe preste atenção. Porém, um pouco de q.b. é fundamental para que não nos tomem como fonte dos desejos e nos transformem em conselheiros matrimoniais.
Pela idade, também percebemos diferentes métodos de análise psicológica do eu escondido.
Novatos, extasiados por verem alguém diferente no lugar do morto-vivo, dão risadinhas intrigantes e irrequietas enquanto tentam manter uma postura o mais séria possível.
Trintões, tentam uma abordagem cool, não querem dar parte de fraco diante de um igual, tratam-nos pelo nome e entram com uma ou outra palavra mais informal para desanuviar o ambiente.
Entradotes, admirados com a laroquice do receptor, ficam na ponte das palavras, entre um seu e um teu, apalpando terreno enquanto esperam pela resposta, para depois replicar à altura.
E nisto tudo, ninguém conhece o ser por detrás da faceta.
- Gostava de ser assim, sempre com um sorriso sincero...
Mas que raio, conhecem assim tão bem o outro para o dizer de ânimo leve?
Quem sabe se por trás do sorriso não está outro qualquer abestalhado que espera a oportunidade para sorver mais uma ou outra inconfidência?
É que, por detrás da máscara trivial, sou um coleccionador de sonhos, não alheios, mas próprios.
5.18.2006
pensamento transviado, made by avó micas
5.12.2006
pensamento transviado naturalmente refrescante
5.11.2006
pensamento transviado em saquinho de açucar
5.10.2006
pensamentos transviados xviii
5.08.2006
Floresta do degredo
- Óh girafa! Pára de fumar essa cena que te faz mal e vamos correr pela floresta!
Vais ver como te vais sentir muito melhor!!!
A girafa pensa e responde:
- Tens razão, coelho, bora nessa!
Assim, deixou o charro e foi correr com o coelho.
Mais à frente encontram um urso a cheirar cola.
Olham-se e o coelho replica:
- Óh urso, deixa essa merda! Essa treta só te faz mal, vem mas é
correr connosco e sentir o ar puro dentro dos teus pulmões!
De um salto, o urso junta-se aos dois, até que encontram um elefante a snifar cocaína.
- Óh elefante, estás maluco! Dás cabo de ti com essas merdas! Vem connosco correr pela floresta!
O elefante pensa um pouco e resolve juntar-se ao grupo, que metros à frente encontra o leão a injectar heroína.
Mais uma vez, o nosso amigo coelho pára-o dizendo:
- Óh leão, deixa-te de merdas e vem correr...
Ainda falava quando leva uma patada do leão que o põe KO.
Os outros animais revoltados perguntaram:
- Estás maluco? Por que fizeste isso? O rapaz a cuidar da nossa saúde e é assim que se trata o pobre coelho?
O leão, magânimo replica:
- Sempre que o cabrão do coelho toma ecstasy, faz-me correr feito um idiota pela floresta !!!
5.04.2006
Novas do passado
4.30.2006
Raise bitch, a new age has began!
Novos tempos, vontades diversas, nova norma, exige uma reestruturação do livro para que as massas o possam entender, vede como:
Reescrever o manual de procedimentos requer paciência e vontades inusitadas de que apenas algumas formulações mediáticas são detentoras. O 4º canal da TV da Árvore dos Estapafúrdios tem tudo isso: casos de vida, ensinamentos sexuados, moralidade desviante e até algo de sadomaso rosa choque, que alcança shares de fazer inveja ao tipo dos pregões aos peixes.
Pois então, palavra puxa palavra e a ideia surgiu: nova era digital merece outro livro de cabeceira, formato actualizado, pentateuco desconstruído, salmos hard core e evangelhos recauchutados, para uma melhor leitura. Proponho, até, uma formulação em rima simples, para facilitar a compreensão de rapers e afins.
For me, a bottle of rum will be fine, bitch!
4.26.2006
32 anos depois
O sonho esvoaçou entre iguais, tentando sobreviver contra vontades inauditas e escusas. É a sede de poder, o conformismo do sonho fácil, a competitividade, o motivo pelo desvanecer de uma fantasia.
Era um sonho de vida, colectivo, imberbe e incapaz de calculismo político. Era um devaneio de futuro, prognosticando a força da voz e o poder das massas. Era uma quimera de felicidade, pensando no bem comum e na possibilidade de igualdade. Era uma ilusão verbalizada, clamada, carpida, por tudo o que tinha ficado por dizer.
É um sonho adiado, individual, introspectivo e confortável, incapaz de manifestar a discórdia e a divergência. É um devaneio sem futuro, prognosticando o vazio social, a manipulação das gentes, o poder da retórica sobre a verdade. É uma quimera silenciosa, sibilante e esquiva, sem capacidade para se fortalecer, minada à partida.
O poder do sofá é avassalador. O crédito permite mais um upgrade à parafernália de maquinaria que nos torna mais sedentários e inertes sociais.
Temos outra vez o pão e o circo, o fado e o futebol. Tudo para nos fazer viver uma realidade perpendicular à verídica, sem precisarmos de nos alterar.
Temos a mordaça, temos a censura, temos a mesquinha inércia.
Temos tudo o que sonhamos, tudo roda à volta do poder do povo, faccioso e maleável, ao sabor dos dotes do orador e do grupinho politizado a que pertence.
Temos tudo, uma vida de sonho, irreal, paradisíaca, etérea e acomodada, vazia de conteúdo e de palavras.
4.24.2006
Meia branca
É ver o lindo sapatinho negro, de pala, com a meia de desporto a reluzir por entre o vinco impecável da calça de fazenda.
Era esta a minha visão da mítica luva ortopédica vulgo pé de gesso até que deparei com o contrário:
Bela tarde de sol, na sua zundap, vejo o zé povinho com a sua calça rosa coçado e meia preta!
Ora, com o seu blazer branco e calça rosada, nada melhor que uma meia branca a combinar com o blazer, já o preto destoa.
Lá está nem toda a meia branca ofusca, nem toda a preta reluz!
Não é um provérbio lituano, mas serve para o gasto!
4.21.2006
Dias memoráveis
Uns, taciturnos e iguais a tantos outros passam sem se perceber qual o seu verdadeiro sentido.
Outros, divergentes de tudo o que até aí já se sentiu, ficam para sempre na memória e no coração. Não que se pretenda embrulhá-los ou guardá-los, mas porque a nova é tão forte que não há forma de lhe fugir.
É um misto de ternura, alegria extrema e receio pela possibilidade de não corresponder, de não acertar, de não ser como pensamos ou de correr de forma diferente do que idealizámos.
A postura muda, as palavras começam a ser escolhidas, os dedos teclam, apagam, rescrevem, corrigem e voltam a apagar para depois voltarem a sair não tão puras quanto queríamos, mas como as podemos extravasar.
Dias há que nos deixam nesta corda bamba de emoções fortes, sem saber o que dizer mas com a certeza do que sentimos, sem as palavras certas mas com as emoções à flor da pele.
Ontem renasci, contigo deixei de ser um qualquer Quiosk num projecto ainda não realizado, passei a ser Kiko, sem rodeios, numa locomotiva em movimento.
Mas deixa, em Dezembro falamos melhor!
Entretanto este que te escreve sou eu, sem tirar nem por!
4.19.2006
Recuerdo da mouraria
A pedido de inúmeras famílias, cá vai um recuerdo mourisco.
A árvore quando está a ser cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira.
Provérbio Árabe
Voltei mas não trouxe recuerdos!
Daí a conseguir a imortalidade vai um passo de gigante...
Já a chacota, é a mesma distância que separa o rabo, da feze quando à caçador!
Location: Açores, Ilha de São Miguel.
4.07.2006
E lá vou eu outra vez!
Entretanto, andarei por aí camuflado, incógnito serei o tipo do gorro laranja e gabardina, pronto a atacar o transeunte incauto.
4.05.2006
A boca do barulho
As mulheres são as primeiras a analisar outra que passa! Se assim não fosse, como se explicam olhares trocistas e invejosos pelo deambular estonteante de outrém!?
Também o contrário acontece: homens babosos com olhares fixos de luxúria, pela passagem alheia!
Onde se fixam, então, os olhares?
4.04.2006
Espaços duplicados
A simetria do encanto não é, por isso, validada pela imagem, esvai-se à medida que a ondulação circular vai definhando o reflexo, deixando vislumbrar a realidade.

3.29.2006
3.27.2006
Espaços aparentes
Pessoas atarefadas cruzam-se sem nunca desviar o olhar. Os passos sucedem-se sem saber o destino. Sempre determinados não vá alguém estar atento.
Corredios, não param para descansar nem sequer para saborear os aromas ora acres, ora doces, ora incipientes que se sucedem. Gente improvável atravessa-se em caminhos ainda mais duvidosos e ninguém pára para olhar.
Desejos escondidos passam por nós sem sequer lhe sentirmos o rasto, vontades inomináveis escondem-se por detrás de máscaras que não vemos. Os vultos sim, sentimo-los, por vezes provocam calafrios lembrando-nos que alguém menos insignificante merecia um relance, mas a pressa não o permite.
Figuras amontoam-se à espera do mesmo: de uma lufada de vida que os leve dali por um passadiço perigoso, dando alento à inspiração.
Triste congénito, vazio natural, ávido por vida, coabita no imaginário de pensadores, resiste à força do tempo, sobrevive, dia após dia, ao mesmo desígnio de ontem que será, quem sabe e se deus quiser o de amanhã.
A luxúria vive lá dentro. Inglória, tenta furar por entre valores morais e éticos, bem definidos, que não podem ser quebrados.
A alegria, manifesta-se efémera, rasgando, de quando em vez, por entre as barreiras do pudor e da decência.
A verdade, débil, persiste por entre silêncios e vontades inqualificáveis que ninguém tem coragem de verbalizar.
Nada perdura no mundo real. Cá dentro, é outra coisa! Nestes espaços interiores, a vida vive, alegre, luxuriante, verdadeira, sem receios de ser quem é!
Cloé é vazia, aparente. Fantasmagórica subsiste numa esquina perto de si!
3.26.2006
Mudanças intergalácticas
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
(...)
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
por Luís de Camões
via-se...


3.22.2006
Mais outro pensamento transviado
Dias que demoram anos, séculos resumidos a minutos. A vida rola, sem pensar nas horas intermináveis que insistem em se recriar e subsistir, por entre vontades e desejos que se apagam, num segundo!
Como diria alguém que pensa a realidade humana: É do caralho meus senhores, é do caralho!
3.17.2006
Pensamentos transviados xvii
Gosta de si. A Filáucia, palavra que melhor a define, confere-lhe uma faceta oferecida e vistosa. Não é uma mulher habitual, não é belíssima, mas tem um sex appeal inexplicável que conquista todos os que com ela engraçam.
Com tenras 16 primaveras é já centenária em memórias partilhadas e secretíssimas, que lhe dão uma aura de misticismo apelativa ao paladar. Guarda histórias inusitadas, sobrevive a cochichos pela sua passagem altiva, rejuvenesce, todos os anos, como se fosse imortal.
Vive do mito, da crença, é o que nunca foi e adorada por quem já com ela não priva, transmitindo um estranho sentimento de alegria melancólica e contagiante quando pensada ou transmitida.
É autêntica, tirana e velhaca, diz o que quer sem rodeios mediando as relações com a sua autoritária presença.
É usada por quem mais lhe quer bem, excomungada pelo azedume de conversas mal acabadas e acarinhada por todos os que a dividem.
Personifica a loucura. Extasiante e frenética, irradia charme e malícia, devorando vontades e desejos à sua passagem.
Cuca vive da lembrança e dos actos, pujante e latente. É memória recriada e construída.
3.14.2006
Espaços subtis
Somos, por isso, o reflexo de um contexto, antes, de um estado de graça colectivo que nos indica uma conduta, um rumo a seguir. Como se não tivéssemos direito a opinar sobre onde, quando e como trabalhar o nosso destino.
Moldados pelos que nos rodeiam, vivemos um mundo concreto, num espaço designado, com barreiras mentais profundas, aplicadas a nós e aos que connosco vegetam.
Três vezes realidade é o caminho que o grupo nos indica.
Designámos pertences e sentimentos como se fossem todos iguais, quando não se aplicam, damos-lhe um exemplo prático e torna-se, desde logo, parecido com, logo, explicado.
É explicado, logo existe!
Tens fé, logo pensas no bem comum!
Acreditas no milagre, logo és crente!
Tudo é real e toda a explicação é válida, mesmo que o fenómeno não esteja explicado.
A irrealidade, não tem espaço, não existe, não pensa, não vive! É a estultícia de que falava Erasmus e quem a elogiar, não é estulto, é estultíssimo!
Então, se fomos designados para determinado local, não teremos nós o direito libertário de sermos irreais, de idealizarmos, de vivermos algo que vai para além da prisão última que é a consciência!?
Voto contra o destacamento por conveniência, dos lugares onde se vive!
Voto na liberdade de não existir!
Voto pela qualidade da vida irreal e da possibilidade de voar sem levantar!
Exijo viver como quero, sem paredes e sem ser obrigado a seguir o bom caminho que nos leva à velhice!
Assim se vivia em Armilla, antes de ser destruída pela vã lucidez da humanidade.

3.13.2006
Pensamentos transviados
Leva-nos a viajar por outras realidades que, qual necessidade voyeurista, nos faz conhecer outras pessoas sem as vermos realmente e conhecendo apenas a sua melhor máscara. É o que alguém designa por amigo virtual!
Lemos e comentamos a sua actividade periódica, sentimos necessidades, vontades e desejos escondidos por entre palavras, tantas vezes, inusitadas.
Noutros casos, ao viajar por mundos diferentes, criámos resistências por se dedicar a interesses diversos dos nossos, impedindo-nos de comentar e de voltar.
Porém, outros há que, apesar da pertinência e extrema generosidade, apresentam-se desprovidos de comentários, apesar de serem estes os que necessitam de maior atenção.
Falo do blog P'los Animais, cujo número de comentário é, em média, reduzido ao número redondo que nada diz.
Talvez reflicta o quanto desconfortável é ver a miséria humana na sua faceta mais original: a do desprezo para com outros seres semelhantes, de carne trémula, cujos direitos são semelhantes aos nossos, mas que, tantas vezes, são considerados inferiores.
Talvez reflicta uma vontade de viver realidades cor de rosa, sem pensarmos na nossa realidade insana.
Talvez reflicta a insensibilidade que, pelos mass media vemos, todos os dias, enquanto mastigamos mais um chocolatito vendo o mundo esvair-se lá fora.
Há tempos, postamos algo sobre o parasitismo humano... realmente confirma-se.
Não se enganem, ele começa em mim!
3.10.2006
Espaços apalavrados - reloaded
Uns, sob a forma de caracteres, propiciam a descodificação, outros, gesticulados, são interpretados segundo os olhos que o bebem.
É que a mensagem que todas as coisas emanam, reflecte uma ideia, transmitem algo, não que ela seja inteiramente a mais correcta ou verdadeira. Por vezes, mensagens há que transmitem um valor errado outras, na sua inverosimilhança, enviam o sinal correcto.
É o tal sinal tresmalhado que enviamos nos momentos piores e que é inacessível à massa. O mesmo que, no discurso, permite perceber anseios e vontades escondidas por detrás de palavras inauditas, essas mesmas que, por ventura, estão por detrás no monitor.

3.08.2006
3.03.2006
Espaços esquecidos

Feita para ser um labirinto da luxúria tornou-se, com o tempo, numa pálida imagem do que foi quando idealizada.
Tal como esta, a vontade de reviver é tão pujante que os limites para a sua reconstrução são facilmente ultrapassáveis.
Neste processo de passagem de obstáculos há recordação viva, esquecemo-nos que o passado não se repete, ou antes, repete-se, por vezes, mas segundo novos padrões, deixando apenas uma pálida imagem do que foi e, por isso, impossibilitando o retorno da tal emoção à tempos sentida.
Neste processo reedificativo, desvanecem sonhos, azedam desejos, aligeiram-se vontades. Permanece apenas a sensação de vazio e a certeza da frustração por não voltarem outros tempos memoráveis.
Assim nasce o esquecimento.
3.02.2006
Espaços apalavrados

3.01.2006
Qé que estás dezendo!?
2.24.2006
Espaços memoráveis

Quando pessoal, a memória esvai-se com o tempo. Porém, quando colectiva, mantêm-se para além dos intervenientes e das vontades, esfumando-se ora quando saturado pelo manuseamento, ora quando tornado irrelevante ou obsoleto pela pertinência.
Eufémia é assim, esquece a memória que a criou, contorce-se com a catadupa de acontecimentos que a originou e reformula-se com o presente visível, ilusório, em que vive.
2.22.2006
Qué que estás dizendo!?
2.21.2006
dilemas existenciais
seis paralelogramos formam um paralelepípedo.
mil paralelepípedos formam uma paralelepipedovia.
uma paralelepipedovia tem mil paralelogramos.
então uma paralelepipedovia é uma paralelogramolândia?
2.20.2006
Pensamentos transviados!
2.15.2006
Corrente de cuscos!
5 traços de personalidade
- Ideólogo (as postas brotam mas não passam de pescadas);
- Lamacento (uso sempre as palavras erradas para dizer o que quero);
- Positivista (vejo sempre o lago positivo da coisa, mesmo que seja muito má);
- Curioseiro (gosto de saber tudo o que se passa à minha volta, menos aspectos pessoais);
- Alternativóide (sou como sou, diferente, se não gostam das minhas calças brancas com bolas rosa choque, tanto melhor, menos um que tenho de aturar).
5 hábitos estranhos
- desifecto sempre a sanita antes de me sentar, quando não posso, não sento;
- amontoou papelada por todo o lado e de anos há (ou à!?) muito idos;
- deixo sempre (ou quase) o melhor para o fim;
- acabo no último dia, à última hora, 1 minuto antes da data limite;
- quando estou nervoso, coço a orelha como se não houvesse amanhã!
2.14.2006
Teorias profundas
Começa, então, a congeminar-se uma teoria explicativa do observável, antes olfactável: o cheiro a merda!
Digo para comigo que o problema é da chuva, ou melhor, da falta dela, é que as fezes a caminho da estação de tratamento vão resvalando na tubagem, como não chove, vão deixando resquícios à sua passagem!
Ora com o acumular dos arranhões e com a falta de água, vai-se libertando, progressivamente, o dito aroma.
Bom, tudo pareceria verosímil, se a Gaja Boa não tivesse, logo de seguida, replicado nos seguintes moldes.
Manifestou ela alguma estupefacção pela minha teoria parcamente defendida é que, de facto, o problema não tem a ver com a chuva ou falta dela, ao invés, está relacionada com a ingestão de poucos líquidos por parte da população.
É que como não se molha, mas gela-se, as pessoas têm menor vontade de ingerir líquidos e mais para comidas quentes, logo, de maior grau de dificuldade digestiva.
Portanto, defecam bananas com casca em vez de o fazerem sem ela.
Com o tempo e com o percurso, vão deixando esses tais resquícios que, com o acumular dos ditos arranhões, vão aumentando o valor nutritivo do aroma em causa.
Ora, se chovesse, era outra coisa, mesmo que a lasca fosse rija, a água amolecia-a, não permitindo tal concentração nas tubagens.
2.11.2006
Wondering Wondering hopeless Dawn
Resta-me o conforto da verdade da minha veracidade, trato o peixe acima de mim, e hoje a pesca nem foi má... acho que já me sinto melhor. Insólito? Talvez. Indigno? "Not in a million years!"
"Out here in the perimeter there are no stars, out here we are stoned, imaculate."
Ni!
2.10.2006
2.07.2006
2.06.2006
Dupla personalidade

2.05.2006
Placa giratória
Mas logo a matraca baiana dispara temas como trabalho, surf, batucada, "pô" praqui, pô, fodê pra lá, as frases atingem-me como um martelo pneumático no asfalto da minha alma já amaciada pelo fluir de "finos" sem conta, tão sem conta que nem o barman sabe já em quantos vai, talvez por isso só me ter cobrado dois, e depois sou eu que estou bêbado. Bah, acho que na realidade ele curtiu-me, do género, "caralho, este gajo bebe, e diz umas merdas"... agora, que merdas, não me lembro. Os minutos seguem-se ao ritmo do swing e das jolas, até que num repique, a bateria baiana, sem nunca perder o compasso, penetra nos meandros da identidade, da pertença, das raízes, e aí desperto, e reparo pela primeira vez neste indio de tez escura, de olhar despreocupado, mesmo quando refere as coisas deveras introspectivas, neste viajante, que apesar da distancia cultural e vivencial, desenhou a ponte que liga todos os seres vivos... lutar por uma existência que se resume a conquistarmos um espaço onde somo desejados, queridos, não julgados e amparados, o espaço a que possamos chamar lar.
O músico arruma o estaminé, o brasileiro não pára, volta ao "surfi", ao samba. Nesta placa giratória de gentes espero o momento de ser catapultado para mais um destino, mais um fado.
Mando vir mais uma cerveja... a segunda, pelos vistos.
Ni!
2.02.2006
Declaração pública
2.01.2006
1.25.2006
O que se diz por aí!
4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M473M471C0.
D31X0 70D4 4 4857R4Ç40 N47UR4L D3 L4D0 3 P0NH0-M3 4 P3N54R 3M NUM3R05.
C0M0 53 F0553 UM4 P35504 5UP3R R4C10N4L.
540 5373 D1570, N0V3 D4QU1L0...
QU1N23 PR45 0NZ3...
7R323N705 6R4M45 D3 PR35UNT0...
M415 L060 C410 N4 R34L 3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505 D3 4M0R C0M R1M4 ...
0U 4T3 53M R1M4 N3NHUM4!
1.24.2006
Pensamentos transviados
1.23.2006
1.20.2006
Conversas em família
Dizem que a profissão mais antiga do mundo foi a prostituição.
Não posso concordar. Até porque não havia dinheiro quando a vida em sociedade começou e, se para o homem bastava dar com uma moca na cabeça da mulher e arrastá-la para a sua caverna, porque carga de água haveria de pagar?
Dizem então que a primeira profissão deve ter sido um dos trabalhos mais básicos, como agricultura ou caça.
Embora concorde que tenham sido das primeiras profissões, a original não foi, até porque no início não havia ferramentas para agricultura nem armas para caçar.
Sugerem então que tenha sido o ensino.
Mas para ensinar é preciso aprender. É a história de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Neste caso, o estudante ou o professor? Ninguém nasce ensinado, logo teria de estudar primeiro.
Mas no início não acredito que o homem tenha partido para esta actividade assim de arranque.
Temos de nos colocar na pele desse primeiro homem para perceber.
Então, o homem social nasce. Um homem qualquer, chamemo-lhe Adão, só, sem saber o que fazer.
Qual a sua primeira iniciativa? Obviamente, coça os tomates!
Assim sendo, a primeira profissão do mundo foi claramente... funcionário público!
Digo eu:
Caro Mano,
Muito me apraz que reflictas sobre estes problemas existenciais, que tanto têm ocupado a Humanidade desde que se construiu como tal!
Devo porém, reflectir sobre o que disseste colocando outras questões, paralelas, que poderão ajudar na tua busca pela profissão um.
Antes de mais, concordo com a acepção que fazes sobre a prostituição, de facto, assim é, qual dinheiro, qual troca directa, qual quê? Sarrafada na tola e lá está um naco de carne ao alto para aliviar tensões!
Quanto à agricultura ou caça, parece-me complexo pensá-la como a 1ª profissão de facto, porque, para isso, seria preciso saber o que plantar ou construir instrumentos de caça. Neste caso, a labuta inicial seria obra de um engenheiro agrónomo, de um metalúrgico ou carpinteiro, o que me parece elaborado demais para períodos tão recuados!
Quanto ao professor ou aluno... Nada a dizer, correctíssima a dissertação!
Então, pensemos, estou só, abandonado, sem ninguém para me auxiliar ou para me ensinar algo, sem um naco para me aliviar da lufa-lufa do dia-a-dia, sem instrumentos para caçar ou capacidade para plantar algo, sem dinheiro para gastar ou, que seja, sem uma cervejita, sequer, para matar o secão!
Que faço?!
Pois muito simples, dedico-me à mesma amiga que, tu crês, deu origem à primeira profissão! Porém, não a uso lânguida e pacientemente para coçar, ao invés, uso-a de forma enérgica e sábia... de forma a criar movimento e vida!
Lá está meu irmão, a primeira profissão foi pessoal e intransmissível, chamaram-lhe de friccionista, exactamente o que alguns fazem, entre baba e papelada, ainda hoje, contemplando o presuntito que deambula de mão em mão!
1.18.2006
Notícias do passado
1.16.2006
1.13.2006
O Perfume
De facto, assim é. É óptimo sentirmos o olor alheio quando de bom tom, aquecido em dias frios e refrescante nas manhãs quentes!
Assim acontece com quem se cruza com o improvável, todos os dias!
Em plena actividade matutina senti uma fragrância que, há muito, se tinha evaporado do meu imaginário.
Menina sorridente, maior em idade e pouco mais, tem o estranho hábito de trazer agarrado a si o tristonho e enfadado tresande a naftalina. Esse cheiro esbranquiçado e roliço cuja configuração é consentânea com os gases libertados.
Motivado, por ventura, por um qualquer insuspeito baú, é o cheiro que melhor lhe assenta em humildade e simpatia, confirmada pelas rendinhas que enverga.
Não se veste bem, não se pinta, não é atraente, não tem vivacidade carnal, não cheira a vida, é uma preposição de mulher, é o que é, sem rodeios.
Assim se vive, em volta da naftalina!
1.12.2006
O espírito renascentista
Por um lado o espírito fervoroso que caracterizou a vida medieval até então, entra em declínio. O humanismo e os valores profanos surgem, agora, ao contrário do que acontecia no passado, como valores inegáveis do intelectual moderno, motivado por um quadro geral de restauração da cultura greco-romana em ruptura com a Idade Média. Tudo o que é humano passa a ser tido em conta e, até, em certos literatos, concebido como o cerne da existência, tal como defende Pico della Mirandola em A dignidade do Homem de 1487: "nada é mais admirável do que o Homem".
Por outro lado, em contraste com o sacerdotalismo medieval, assiste-se à afirmação da supremacia do poder civil sobre as autoridades religiosas e ao fortalecimento do poder real, abrindo portas ao absolutismo que, mais tarde, será apanágio das monarquias europeias. Em Portugal, D. João II (o príncipe perfeito) encarna o reforço do poder real e o desprendimento de limites morais.
Noutro plano, mas não de menor importância, inicia-se a saga dos Descobrimentos, tarefa de cunho universal e planetário, em que os portugueses desempenham papel primordial. Com as descobertas, vêm os progressos das técnicas e da mentalidade científica: a cartografia, a ciência náutica, a astronomia, as ciências naturais e, com eles, mudanças profundas a nível cultural, económico e social.
Surge, então, o capitalismo moderno, o início do processo de globalização do comércio, com novos produtos e novos mercados, deixando de ser limitar à Europa e, por isso, requerendo outras iniciativas de âmbito nacional tendentes à protecção da manufactura interna, reforçando, desse modo, o poder centralizado.
Será esta ambiência de mudança e valorativa do Homem, que levará à reforma protestante e à resposta católica com a Contra-reforma, acontecimento que conduzirá, de novo, a civilização ocidental para o culto do divino em detrimento da relevância humana.
É um mundo em mudança que surge por volta de 1400, é uma sociedade mais distante do medievalismo rural e mais próximo do modernismo comercial. Para isso, contribuiu esta teia de factos e vontades rompendo com o passado próximo e consolidando as formulações do passado longínquo.
Como refere Cabral de Moncada, "depois da Grécia e depois do Cristianismo, nenhuma outra revolução na história do espírito europeu teve até hoje consequências tão transcendentes como o Renascimento". (Filosofia do Direito e do Estado, p. 94).
1.11.2006
O ressurgimento clássico, por volta de 1400
continua...
Princípios formais do Renascimento
1.09.2006
Monopólios
Desculpe, eu só gostava de ser atendido, pensava eu...
Afinal sou mais uma vítima desse jogo... Já não conta o que se vende, o que se empresta e o que se cobra. Não... aquele gajo que espere... que aqui só conta quem joga... as ruas, as estações, as companhias hão-de existir sempre...
Mas, desculpe, excelência, eu só queria ser atendido...
que fazemos nós? revoltamo-nos? insurgimo-nos contra isto? ou alapamos o cu 3 horas à espera para pedir por favor para nos arranjarem mais do que 4 canais para entreter os putos quando os pais querem dar uma queca?
Pensamentos transviados!
1.05.2006
Transeuntes anónimos
